COP 29: Pará projeta mais de 300 milhões de toneladas de carbono até 2027

O REDD+ do Pará respeita a autonomia das áreas privadas, permitindo que proprietários possam desenvolver projetos próprios para monetizar suas terras e evitar a dupla contagem de créditos de carbono

Agência Pará
Thalmus Gama/Ag. Pará
fonte

Durante a COP 29, na cidade de Baku, no Azerbaijão, o governador do Pará, Helder Barbalho, destacou o avanço da criação do sistema jurisdicional de REDD+ no estado, que foca na geração de créditos de carbono para comercialização no mercado voluntário, beneficiando indígenas, quilombolas, extrativistas e agricultores familiares.

No painel “Alavancando Economias de Baixo Carbono”, o chefe do Executivo paraense projetou a geração de mais de 300 milhões de toneladas de carbono até 2027.

O evento contou com a participação de José Otávio Passos, Diretor para a Amazônia brasileira da The Nature Conservancy (TNC); Roselyn Fosuah Adjei, Diretora de Mudanças Climáticas e Coordenadora de REDD+ de Gana; Svetlana Klimenko, Líder global em finanças sustentáveis e especialista líder em finanças climáticas para a América Latina do Banco Mundial; e Concita Sompré, Presidente, Federação dos Povos Indígenas do Pará.

VEJA MAIS

Pará na COP 29: Governo assina acordo para a venda de créditos de carbono
No Azerbaijão, Governo do Pará reafirmou a defesa da sustentabilidade para o desenvolvimento econômico e geração de empregos

Floresta ONU espera finalmente regular créditos de carbono na COP29
Cada um desses créditos representa uma tonelada de CO2 absorvida ou não emitida

Governador fala sobre arrecadação bilionária em evento nesta terça-feira (5) Pará pode gerar R$ 35 bilhões com créditos de carbono até 2026, afirma governador
Evento reúne reúne especialistas, líderes e empresas para debater temas como sustentabilidade e responsabilidade social

Em seu discurso, Helder Barbalho explicou que o sistema jurisdicional de REDD+ do Pará respeita a autonomia das áreas privadas, permitindo que proprietários possam desenvolver projetos próprios para monetizar suas terras e evitar a dupla contagem de créditos de carbono. 

Além disso, o governador paraense destacou a importância de estender esses benefícios às comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas e extrativistas. 

Conforme o governador relatou, em diálogo com o senador Marcos Rogério (PL-RO), autor de uma emenda sobre os créditos de carbono para propriedades privadas, foi sugerida a inclusão da garantia de benefícios para povos indígenas e comunidades tradicionais a partir da venda dos créditos de carbono.

“Isso é uma questão de justiça e de preservação das florestas e de seus habitantes tradicionais. A Amazônia só será preservada se todos os brasileiros compreenderem que ela pertence a todos e pode ser uma fonte de desenvolvimento sustentável”, afirmou Barbalho.

A presidente da Federação dos Povos Indígenas do Pará (FEPIPA), Concita Sompré, reforçou a importância do REDD+ para as comunidades indígenas do estado. “O Pará possui mais de 80 mil indígenas e, para alcançar os territórios, a FEPIPA organizou uma estrutura de comunicação por meio de oito étnos regionais. Essa organização permite que informações sobre o REDD+ cheguem aos locais mais distantes, envolvendo todos os povos indígenas no processo de construção do sistema”, disse 

Concita também frisou que a postura do governador do Pará, se diferencia por incluir as comunidades indígenas nas discussões e decisões. “Ao contrário de gestões anteriores, o governo do Pará abriu as portas para a participação ativa dos indígenas, incluindo-os no planejamento e na construção do sistema de REDD+. “O que o governo está construindo com os povos da floresta é um modelo de repartição horizontal, em que todos têm voz e vez. Não é algo imposto, mas sim construído com todos nós”, disse.

Ainda no encontro, o governador mencionou que o Pará busca uma parceria com o Banco Mundial para ampliar o alcance do sistema jurisdicional de REDD+ e fortalecer as economias de baixo carbono na região. 

Representantes de organizações internacionais, como The Nature Conservancy (TNC) e Banco Mundial, além de especialistas de outros países, como a coordenadora de REDD+ de Gana, Roselyn Fosuah Adjei, também participaram do evento, compartilhando suas experiências e desafios na implementação de programas de REDD+ em diferentes contextos.

A proposta de Lei do Carbono, aprovada pelo Senado Federal, na última quarta-feira, 13, também foi mencionada. Esse projeto estabelece diretrizes para o mercado de carbono no Brasil, reforçando a necessidade de regulamentação e governança ambiental. O governador celebrou a aprovação da lei e destacou que ela representa um avanço importante para o Brasil e para o Pará, reforçando o compromisso com a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável na Amazônia.

Com a aprovação da lei, o próximo passo será a tramitação na Câmara dos Deputados, seguido pela regulamentação e sanção, o que permitirá estruturar oficialmente essa nova atividade econômica. Helder Barbalho enfatizou que o sucesso do REDD+ no Pará e em outras regiões amazônicas dependerá da colaboração de todos os setores da sociedade, garantindo que os benefícios sejam distribuídos de forma justa e sustentável, promovendo o desenvolvimento das comunidades que vivem e protegem a floresta.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
COP 29
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!