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SILVIO NAVARRO

Formado em jornalismo, acompanhou os principais fatos políticos do país nas últimas duas décadas como repórter do jornal Folha de S.Paulo em Brasília e na capital paulista, editor de Veja e âncora da Jovem Pan. É comentarista político da RedeTV! e escreve para a revistaoeste.com e o jornal O Liberal. Autor do livro "Celso Daniel - Política, corrupção e morte no coração do PT". | silvionavarrojornalista@gmail.com

PSDB derrotado

Silvio Navarro

Termina nesta quarta-feira, 18, o prazo oficial para que os três partidos que ainda insistem em lançar um candidato único à Presidência da República – PSDB, MDB e Cidadania – batam o martelo. Seja qual for o desfecho, já é possível apontar um derrotado: o PSDB.

Se os resultados das pesquisas de intenção de votos se confirmarem nas urnas, o ex-governador João Doria pode terminar com o pior desempenho de um tucano desde que a sigla existe. Se perder a vaga no "tapetão" interno, o prognóstico para o gaúcho Eduardo Leite e o senador Tasso Jereissati tampouco é animador. Se a legenda não conseguir emplacar a cabeça da chapa, o vexame será ainda maior.

O fiasco tucano começou a ser desenhado depois das eleições de 2014. O senador Aécio Neves por muito pouco não implodiu o projeto de poder do PT. O rival já demonstrava fragilidade com o calvário da gestão Dilma Rousseff e o escândalo do petrolão prestes a estourar. Aécio foi derrotado em seu quintal pelo eleitorado mineiro. Na época, o próprio PSDB que hoje se ajoelha diante dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pediu recontagem dos votos.

Mas não foi só a eleição que Aécio perdeu. A então estrela tucana foi arrastada para o limbo do tabuleiro político por denúncias graves. A partir daí, a sigla não recuperou o protagonismo e acabou abandonada pelo eleitorado antipetista, conservador ou simplesmente "lavajatista". O desempenho horroroso de Geraldo Alckmin na campanha presidencial de 2018 parecia o fim da linha. O brasileiro decidiu apostar no fenômeno Jair Bolsonaro.

Restou ao partido um último alento. Dois governadores saíram das urnas com capital político para buscar a reconstrução: João Doria e Eduardo Leite. O primeiro foi eleito no sufoco. A camiseta amarela com os dizeres "Bolsodoria" foi decisiva. O segundo era a novidade da vez.

Eis que, cada um ao seu modo, eles apostaram num abraço de afogados. O paulista rompeu com Bolsonaro na primeira hora e se apresentou como candidato a presidente quatro anos antes da eleição – sem esconder que o Palácio dos Bandeirantes seria mais um trampolim na sua carreira meteórica. Pior: a ambição ainda colocou em xeque a hegemonia no governo paulista depois de três décadas – o sucessor é o quarto colocado nas pesquisas.

Já Eduardo Leite derrapou em medidas autoritárias durante a pandemia, não conseguiu sanar o rombo nas finanças do Estado e abandonou o cargo no começo deste ano sem muitas explicações.

O PSDB saiu fraturado como nunca das prévias. Sofreu ainda com a morte precoce do prefeito Bruno Covas, um nome em ascensão, que acabara de ser reeleito na maior cidade do país. Paralelamente, Alckmin decidiu rasgar a biografia política e apoiar Lula, jogando luz para o "teatro das tesouras" – e como tucanos e petistas passaram a dançar no mesmo ritmo.

Em 2022, o PSDB já está derrotado.

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Silvio Navarro
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