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SILVIO NAVARRO

Formado em jornalismo, acompanhou os principais fatos políticos do país nas últimas duas décadas como repórter do jornal Folha de S.Paulo em Brasília e na capital paulista, editor de Veja e âncora da Jovem Pan. É comentarista político da RedeTV! e escreve para a revistaoeste.com e o jornal O Liberal. Autor do livro "Celso Daniel - Política, corrupção e morte no coração do PT". | silvionavarrojornalista@gmail.com

O inédito xadrez partidário brasileiro

Silvio Navarro

Termina neste sábado, dia 1º de abril, a chamada janela partidária no Brasil para quem decidiu se filiar ou trocar de legenda para concorrer às eleições de outubro. Neste ano, além de ser uma data importante para a disputa nas urnas, também marca um divisor de águas na composição das bancadas em Brasília. Não é exagero afirmar que a atual distribuição das cadeiras é inédita desde a redemocratização.

Nesta quarta-feira, o PL, por exemplo, amanheceu com 66 deputados, o dobro da bancada eleita, hoje a maior representação da Casa – esses números ainda podem mudar até sábado. Trata-se de uma sigla que manteve estatura mediana nos últimos anos e já precisou recorrer a fusão, em 2006, com o extinto Prona do ex-deputado Enéas Carneiro para sobreviver à cláusula de barreira. A explicação é óbvia: a filiação em massa de aliados que acompanharam o presidente Jair Bolsonaro.

Em seguida, a segunda força é o União Brasil, uma das novas agremiações que já nascem sem a palavra "partido" no nome, algo que caiu em desuso depois de duas décadas de escândalos aumentativos – mensalão, petrolão, etc. São 54 nomes que restaram da fusão do PSL com o DEM – que um dia já foi PFL, oriundo de um braço da Arena.

O PT tem 53 deputados, apenas um a menos do total de eleitos em 2018. Em seguida, aparece o trio PP (46), PSD (41) e Republicanos (41). São essas siglas que dão as cartas hoje na Câmara. Somados (embora jamais unidos), são 300 parlamentares.

A partir daí surge outra novidade no tabuleiro: partidos tradicionais, como MDB e PSDB, que carregam o histórico de ter governado o Brasil e as duas Casas Legislativas em Brasília, agora são figurantes – 34 e 31 deputados, respectivamente. Têm a companhia no segundo pelotão de PSB e PDT.

Resta ainda o grupo que não atinge dois dígitos, como PSOL, Novo, PTB e Podemos, entre outros.

E veja só: a exemplo do Senado, com Randolfe Rodrigues (AP), a Rede só tem uma deputada, a índia Joenia Wapichana, de Roraima. A inexpressividade da sigla no Congresso e a histeria de Randolfe mostram porque a legenda se transformou num escritório de advocacia especializado em ações contra o governo no Supremo Tribunal Federal (STF).

É claro que no Senado o cenário é outro – e lá o jogo é negociado no varejo. Tanto tucanos como o MDB e até o Podemos de Sergio Moro têm força. Isso justifica o empenho do presidente Jair Bolsonaro em lançar candidatos competitivos para tentar reverter o quadro na Casa num eventual segundo mandato. O fato é que, se souber aproveitar o que resta do ano legislativo antes da campanha eleitoral, o governo tem horizonte favorável para avançar na Câmara.

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Silvio Navarro
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