SILVIO NAVARRO

Formado em jornalismo, acompanhou os principais fatos políticos do país nas últimas duas décadas como repórter do jornal Folha de S.Paulo em Brasília e na capital paulista, editor de Veja e âncora da Jovem Pan. É comentarista político da RedeTV! e escreve para a revistaoeste.com e o jornal O Liberal. Autor do livro "Celso Daniel - Política, corrupção e morte no coração do PT". | silvionavarrojornalista@gmail.com

OPINIÃO: 'A criação de mais um Estado para engordar o bolo não parece fazer muito sentido'

Silvio Navarro

É com muita honra que embarco a partir de hoje no time de colunistas de um dos jornais mais tradicionais do país, referência há décadas na cobertura da Região Norte e da nossa Amazônia. Antes de começar a missão de levar os assuntos de Brasília até Belém, registro que o Pará fez parte de alguns momentos importantes nesses mais de 20 anos de estrada no jornalismo.

Assista ao comentário de Silvio Navarro em vídeo:

Conheci o Estado no começo de 2005, quando fui enviado mais de uma vez pela redação do jornal Folha de S.Paulo para tentar explicar o chocante assassinato da missionária Dorothy Stang em Anapu. Na mesma época, rodei a BR-163 (Santarém-Cuiabá) em busca de histórias de moradores que enfrentavam as dificuldades logísticas e o abismo social que ainda persiste num país com dimensões continentais. Conheci parte da Amazônia, vi de perto demarcações de terras irregulares, operações de autoridades e ONGs contra a grilagem e o desmatamento que muitos brasileiros só conhecem em imagens de satélites. 

Voltei ao Pará em 2011 para acompanhar o desfecho do plebiscito que pretendia recortar o território em três. Conheci Marabá. Uma década depois, o Estado está diante de uma nova proposta separatista, desta vez envolvendo os quilômetros do sudoeste e do Baixo Amazonas. O tema segue em análise no Senado, com parecer favorável até agora.

Tenho como premissa ser contra a criação de novas unidades federativas que se já não nascem, em pouco tempo se tornam deficitárias, além do impacto gerado aos novos vizinhos -- e a conta sempre sobra para o governo federal. A região Norte tem exemplos recentes disso.

Além disso, resta o peso federativo que o Tapajós representaria em novas cadeiras no Congresso Nacional -- três senadores e oito deputados federais, além de uma Assembleia Legislativa com 24 integrantes. Num momento em que os ventos que empurram a economia mundial apontam para o enxugamento do gasto público, a criação de mais um Estado para engordar o bolo não parece fazer muito sentido -- a despeito do dilema que as distâncias de acesso ao serviço público básico impõem.
Mais: politicamente, tirar do papel o novo Tapajós (dois milhões de pessoas ficariam com 43% do terreno atual, quase do tamanho de Minas Gerais, que tem 20 milhões de habitantes) pode ser um tema que atenda mais aos interesses econômicos de Manaus (AM) do que aos paraenses de fato.

Paralelamente, vamos acompanhar a outros assuntos da Praça dos Três Poderes que serão analisados semanalmente aqui: a agenda decisiva do Palácio Planalto para recuperar o fôlego econômico pós-pandemia, o protagonismo político do Supremo Tribunal Federal (STF) e tudo o que estará em jogo no tabuleiro eleitoral do país que vai às urnas em menos de um ano.
Fica também o convite para os novos amigos -- cada vez mais em múltiplas plataformas de informação -- participarem deste espaço, com sugestões e críticas que viajarão de Brasília até Belém.

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