SILVIO NAVARRO

Formado em jornalismo, acompanhou os principais fatos políticos do país nas últimas duas décadas como repórter do jornal Folha de S.Paulo em Brasília e na capital paulista, editor de Veja e âncora da Jovem Pan. É comentarista político da RedeTV! e escreve para a revistaoeste.com e o jornal O Liberal. Autor do livro "Celso Daniel - Política, corrupção e morte no coração do PT". | silvionavarrojornalista@gmail.com

A escolha dos 27 senadores

Silvio Navarro

A eleição para o Senado Federal não desperta a atenção dos brasileiros. Não é exagero afirmar que boa parte da população sequer conhece as funções dos seus representantes no tapete azul da República. Neste ano, um terço das cadeiras da Casa poderá ser renovada e os dois candidatos que despontam nas pesquisas para a Presidência da República estão de olho nelas.

Mas por que Jair Bolsonaro e Lula estão preocupados com o Senado? A resposta é simples: porque na Câmara, há anos e anos, a negociação é no atacado, feita diretamente com os dirigentes de partidos políticos – se precisar de uma moeda específica, ela também está na carteira do Orçamento da União e se chama emenda. No Senado, não: a conversa é personalista, voto a voto e, não raro, o titular da vaga pode estar licenciado – para tal, ele tem dois suplentes desconhecidos, eleitos a reboque do sistema eleitoral.

Vamos aos nomes dos 27 em fim de mandato (por ordem alfabética dos Estados): Mailza Gomes (PP-AC), Fernando Collor (PTB-AL), Omar Aziz (PSD-AM), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Otto Alencar (PSD-BA), Chiquinho Feitosa (DEM-CE), Reguffe (Podemos-DF), Rose de Freitas (MDB-ES), Luiz do Carmo (MDB-GO), Roberto Rocha (PSDB-MA), Alexandre Silveira (PSD-MG), Simone Tebet (MDB-MS), Wellington Fagundes (PL-MT), Paulo Rocha (PT-PA), Nilda Gondim (MDB-PB), Fernando Bezerra (MDB-PE), Elmano Férrer (PP-PI), Alvaro Dias (Podemos-PR), Romário (PL-RJ), Jean Paul Prates (PT-RN), Acir Gurgacz (PDT-RO), Telmário Mota (Pros-RR), Lasier Martins (Podemos-RS), Dario Berger (MDB-SC), Maria do Carmo Alves (DEM-SE), José Serra (PSDB-SP) e Kátia Abreu (PP-TO).

Dessa lista, é possível identificar de antemão algumas caras que não vão voltar em 2023 – seja por altíssima rejeição ou porque não estarão nas urnas – e outros que terão de suar muito a camisa na campanha. Nos principais colégios eleitorais, por exemplo, é fato que São Paulo terá um novo nome já que o tucano José Serra não disputará. Em Minas Gerais, Alexandre Silveira herdou a vaga de Antonio Anastasia (foi escolhido para o Tribunal de Contas da União) e sua vitória dependerá do xadrez na disputa para o governo estadual. Tanto no Rio de Janeiro quanto na Bahia, nem Romário nem Otto Alencar terão vida fácil – o primeiro terá de se manter neutro na corrida presidencial, e o segundo, torcer para o PT vencer ACM Neto e João Roma no pleito estadual.

No Rio Grande do Sul, Lasier Martins enfrentará o vice-presidente Hamilton Mourão, um nome da esquerda e provavelmente Ana Amélia Lemos. Há ainda outros cenários em que já se pode apostar: dificilmente, Omar Aziz (AM), Davi Alcolumbre (AC) e Telmário Mota (RR) retornarão – este último, enfrentará Romero Jucá, que já até despacha em Brasília.

Outros tentarão cargos executivos: Simone Tebet (MS) quer concorrer à Presidência – ou terminará numa vice de chapa –, Reguffe pode competir ao governo do Distrito Federal, assim como Dario Berger em Santa Catarina. Dos que ainda têm mais quatro anos na Casa, podem tentar eleições ao governo Fabiano Contarato (PT-ES), Jaques Wagner (PT-BA), Izalci Lucas (PSDB-DF), Jorginho Mello (PL-SC) e Rogério Carvalho (PT-SE).

Para quem não dá muita importância ao Senado, sempre vale lembrar que foi a Casa que impôs a derrota mais dura para Lula, em 2007, interrompendo a prorrogação da cobrança da CPMF (antigo imposto do cheque), entre outras, afastou Dilma Rousseff do Palácio do Planalto e foi palco de uma CPI que desgastou Jair Bolsonaro. Isso só para citar a História recente.

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