LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Pêlo em ovo

Linomar Bahia

As próximas eleições ainda estão distantes, para os municípios em outubro de 2024 e para presidente, governadores e parlamentares estaduais e federais em outubro de 2026. Não obstante, falatórios e ações sugerem que os palanques do último pleito de 2022 não foram desarmados, continuando as campanhas de ataques a uns e blindagem de outros potenciais candidatos. Procuram “pêlo em ovo” nos discursos raivosos contra possíveis adversários, arriscando acusações de atirarem pedras em árvores que dão bons frutos.

Protagonistas e coadjuvantes das cenas políticas e observadores dos prós e contras de cada dia, podem avaliar que também nada é por acaso e têm claro objetivo de enfraquecer nomes pretendidos, enquanto se miram situações capazes de representarem obstáculos a serem superados, tentando conquistar os votos da metade do eleitorado eu dividiu o país no último pleito. Seguem as estratégias militares apoiadas nas artilharias para os avanços das tropas e consequente ocupação dos territórios inimigos.

Passaram a ser relativizados os mandamentos expendidos por Maquiavel há mais de meio milênio, sobre a conquista e manutenção do poder, cedendo lugar na cabeceira dos estrategistas nas técnicas que fizeram vitorioso o general chinês Sun Tzu nas batalhas que comandou nos anos 490 antes de Cristo, descritos nos 13 artigos do famoso tratado militar publicado como “A Arte da Guerra”. Nos esforços com que se digladiam os ataques e as defesas correspondentes, as maiores vítimas têm sido a verdade e a palavra.

São notórias as preocupações em minimizar feitos adversários, escondendo os lucros bilionários de empresas estatais ao mesmo tempo em que são maximizados os próprios feitos que ainda nem existem. Ao mesmo tempo, atribuem a “herança maldita” inflação e juros altos, aumento de combustíveis e desmatamento em alta, numa acrobacia linguística atrás e sem encontrar alguma palavra certa, lembrando o escritor Ernest Hemingway ao reescrever trinta e nove vezes o final de “Adeus às armas”.

Já houve quem dissesse ser a palavra um risco ao poder ser bendita, maldita, inadequada ou inoportuna. Tal como flechas lançadas, palavras ditas não voltam, capaz de doer mais do que um soco, acariciar e ferir, fazer sorrir e fazer chorar, estimular esperança ou provocar frustrações ou, como no caso, produzir um efeito do feitiço contra o feiticeiro. O mundo das letras e das artes têm exemplos memoráveis de personagens também imortalizados pela maestria no uso das palavras apropriadas.

Obras de William Shakespeare, como “Hamlet”, são citadas como verdadeiros monumentos das palavras, inspirando seus pósteros até a atualidade, quatro séculos após a sua morte. Sujeita a tanto fazer rir como fazer horar, as campanhas eleitorais no devido tempo mostrarão o que resultou do palavreado que se ouve e se vê. Como disse o político francês Charles Talleyrand (1754-1838) “A palavra foi dada ao ser humano a fim de que ele pudesse, com ela, encobrir seus pensamentos”.

 

Linomar Bahia é jornalista e escritor

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