LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Nova chance

Linomar Bahia

Está se descortinando nova chance para que o Pará seja inserido como merece no contexto nacional, superando definitivamente a histórica condição de parecer espécie de “patinho feio” da Nação, tão isolado quanto a estrela solitária na bandeira brasileira por ter sido o último Estado a aderir à República, quase um ano após a proclamação. Constitui gritante paradoxo, quando é expressiva a participação na pauta de exportações das imensas riquezas naturais, como o minério de Carajás, fundamentais ao necessário superávit da balança comercial do país.

Alheio à máxima de que oportunidades perdidas e flechas lançadas não voltam, bem que o Pará tem experimentado várias oportunidades para deixar o rol dos mais pobres e, consequentemente, menos aquinhoados pelos sopros do desenvolvimento, amargando a faixa dos 2% em todos os critérios de avaliação política, econômica e social.  Padece, inclusive, da total falta de reciprocidade entre os valores com que contribui para o PIB e nos percentuais de arrecadação de impostos., além do calote de bilhões relativos à “Lei Kandir”.

Recorrendo à linha do tempo, eventos políticos dos últimos 100 anos propiciaram ao Pará algumas fases de destaque e outras de indigência no contexto nacional. Assim foi na interventoria de Magalhães Barata nos anos 1930 em função do movimento revolucionário que culminou com a renúncia de Washington Luís. Viveu nova fase de relevância na sequência de tumultos e violência, ameaçando instaurar o caos no Estado, levando Getúlio Vargas a nomear José Carneiro da Gama Malcher interventor meio ao conturbado clima político de então.

Houve outras épocas em que o Pará parecia vir a ser, finalmente, beneficiário igualitário de atenção federal, mas sofreu imprevistos, como a brevidade da presidência de Jânio Quadros, quando o senador paraense Edward Catete Pinheiro ocupou o Ministério da Saúde, sem tempo sequer para mandar para cá algum comprimido. Quando do governo militar, eventuais pleitos paraenses foram inviabilizados ou mitigados pelas divergências entre os liderados pelos protagonistas locais do regime, resultando somente naquilo em que era possível satisfazer aos dois lados.

Agora, o Pará está diante de nova e maior chance de deixar de ser apenas uma figura geográfica no mapa e explorado como almoxarifado “de um tudo”, como costuma dizer o nosso sofrido caboclo. Estão “assim com os homens” dois ministros de Estado, um governador e parlamentares com acesso e influência partidária e ideológica com o Poder Central. Sem contar com a Cop-30, já parece ter decidido o licenciamento para o desmanche do “Pedral do Lourenço, pretendido a meio século, e está por sair a liberação da busca ao petróleo na margem equatorial.

Como oportunidades perdidas, a exemplo de flechas lançadas, costumam não voltar, a expectativa de que pode ser agora, ou nunca.

 

Linomar Bahia é jornalista, escritor e membro das Academias Paraense de Letras, Jornalismo e Literária Interiorana.

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