Nada por acaso Linomar Bahia 06.02.23 12h11 Quantas reuniões já foram realizadas semelhantes aquelas tantas desde o dia seguinte ao quebra-quebra na praça dos Três Poderes em Brasília? Nestes quase 50 anos de redemocratização, elas se repetiram inúmeras vezes, mudando participantes e terminando com os mesmos votos de solidariedade e promessas de atendimento a reivindicações nunca atendidas. Guardam, por isso, alguma relação as manifestações cada vez mais frequentes, a despeito do temperamento pacífico dos brasileiros. Ninguém pode ignorar essa pergunta, embora devamos condenar quaisquer violências como as perpetradas contra os maiores símbolos da República. A resposta deverá considerar não ser a primeira vez e, acaso morra no mesmo esquecimento devotado às anteriores, poderá vir a se repetir em maior ou menor potencial de agressividade, refletindo os níveis de insatisfações popular represado, diante da ineficiência dos canais de ressonância e solução para as demandas sociais cada vez mais prementes. Permanecem na memória as manifestações contra o governo Dilma Rousseff e em favor da lava-jato, em meio à eclosão da crise político-econômica iniciada em 2014. Milhões foram às ruas em 15 de março, 12 de abril, 16 de agosto e em 13 de dezembro de 2015, consideradas as maiores mobilizações populares no país desde os tempos da Nova República. O povo retornou aos protestos em 13 de março de 2016, avaliados como o maior ato político da história, superando inclusive os atos pelas “Diretas, já”. Como ensina a sabedoria filosófica, “nada acontece por acaso”, porquê sempre existirão razões e/ou motivos para que os atos e os fatos aconteçam. São ilustrativos exemplos de pessoas que cruzam nossos caminhos em algum momento e imprevistos. Referendando situações aleatórias e acontecimentos surpreendentes, a existência do acaso tem sido objeto de análises religiosas e científicas, bem como ser considerada entre os fenômenos relacionados às origens e consequências das incertezas. Investigações e inquéritos são necessários para definir responsabilidades e punir culpados, em especial pelos danos aos bens públicos e contestações às instituições que simbolizam. Mas estão preocupados preferencialmente com os efeitos políticos e incriminar individualidades, quando também deveriam atentar para as razões que fazem nada acontecer por acaso. Remontam aos tempos da lava-jato, seus desdobramentos e descontentamentos populares em crescente ebulição nos últimos cinco anos. Sobrevém o grande desafio para desarmar os espíritos e ensarilhar as armas como forma de reconstruir a paz, rompida há quase uma década pelo “nós contra eles”, agravada na campanha presidencial de 2018 e mais aprofundado na recente eleição. Falta, todavia, alguém que sinalize disposição em dar um passo à frente nessa direção, mas não se tem a menor perspectiva, tamanha é a crise de credibilidade. Pelo contrário, os opositores continuam entrincheirados no fosso da discórdia das disputas jurídicas e policiais. Linomar Bahia é jornalista e escritor Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave Linomoar Bahia linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Aonde vamos? 12.03.24 16h46 Linomar Bahia Juízo final 21.02.24 12h56 Linomar Bahia Estão faltando “Eles” 21.02.24 12h53 Linomar Bahia Desvios de rumos 26.01.24 12h42