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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Marchas à ré

Linomar Bahia

Entre rancores e procedimentos acusados de revanchismos, as principais ações do governo federal têm sido classificadas como marchas à ré em várias situações consideradas desenvolvimentistas, voltando ao passado quando o país anseia por olhares e decisões que retirem o país da inércia, visando futuro melhor para todos.. Um dos exemplos dessa visão retrógada consiste na proposta de produção de carros populares, que seriam vendidos por 50 mil reais, já pecando por ser claramente um valor inacessível a qualquer pessoa que integre as classes populares.

Não é a primeira vez que a falta de ideias ou de projetos faz algum governante exercer a vocação demagógica também sacando das algibeiras a possibilidade de algo eventualmente ao alcance de quem mal tem condições financeiras para o essencial, penando para manter a família e dependente de benefícios das “bolsas” de qualquer natureza. Itamar Franco, quando assumiu a presidência da República após o “impeachment” de Fernando Collor, de quem era vice, sugeriu a volta do “fusca”, que chegou a ser re-fabricado,mas morreu estacionado no nascedouro.

Automóvel sempre foi o objeto dos desejos humanos e ser colocado ao alcance do povoum dos itens do populismo como aconteceu com o “Volkswagen” no início dos anos 1930. Criado pelo engenheiro austríaco Ferdinand Porsche ganhou o apoio de Adolf Hitler, então em ascensão ao poder alemão. Foi batizado pelo nome que significa “carro do povo”e na medida para transportar a família típica alemã da época, constituída pelos pais e três filhos, não podendo custar mais do que uma motocicleta, Convertido em veículo de guerra, comportava três soldados e uma metralhadora.

Além das dificuldades de fabricação e viabilidade de mercado, o pretenso carro popular trafega na contramão de tudo quanto o país precisa e tem sido pauta das campanhas eleitorais. Vai na contramão da eliminação dos combustíveis fosseis e da adoção de energia limpa, ao que se acrescentam a melhoria dos sistemas viários e o desestimulo aos transportes individuais com a modernização dos transportes públicos,para administrar o crescente congestionamento do trafego nas cidades, reduzindo os acidentes que custam milhões em socorros e hospitalizações.

Por essa e por outras, determinadas propostas lançadas pelos governos adquirem conotações de pilhéria, já questionadas pelo próprio presidente ao censurar o que denominou de “ideias geniais” quando referiu à concessão de passagens aéreas também a preços populares. Faltam incluir em seus cálculos populistas os custos que envolvem a operação de aviões e a fabricação de veículos, na maioria independentes da rota dos voos e do modelo de carros. Alguém terá que pagar as diferenças, verdade contábil que sugere olhar a vida pelo para-brisa e não o atraso pelo retrovisor

 

Linomar Bahia é jornalista, escritor e membro das Academias Paraense de Letras, Jornalismo e Interiorana

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