LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Efervescência nacional

Linomar Bahia

A animosidade com que as pessoas têm se comportado nos últimos tempos denota o clima de beligerância que domina e divide o País, praticamente, meio a meio, como demonstram eleições acirradas e divergências clubísticas. Pior, e ainda mais preocupante, é a ausência de luz no fim do túnel, nada indicando alguma possibilidade de armistício. Pelo contrário, ações polêmicas e a agressividade ideológica apontam para o continuado acirramento dos ânimos e um futuro incerto e ameaçador.

Qual a origem de tamanha discórdia, quem são os responsáveis e como poderia ser hasteada a bandeira da paz? Eis um desafio que se põe para além de especialistas em perscrutar os sentimentos humanos, incidindo, nas circunstâncias inerentes aos procedimentos e decisões que possam acalmar os espíritos, superando as desconfianças e inconformismos de uns e a arrogância de outros, sem que qualquer dos lados se disponha a abrir mão de eventuais direitos e permitam qualquer conciliação.

Falta credibilidade aos personagens que mais protagonizam as dissensões  determinantes, alimentada pela politização de que acusam a justiça e a judicialização da política. Funções institucionais são continuamente invertidas com as atribuições sistematicamente vilipendiadas, ao inteiro arrepio dos dispositivos constitucionais balizadores dos limites e das atribuições, contrariando os princípios da competência formulados por Montesquieu há 150 anos na obra “Do Espírito das Leis”.

Talvez prevenindo invasões aos quadrados alheios, alertou em “A Separação dos Poderes” que “... todo homem que tem o poder se inclina por abusar do mesmo e vai até que encontre os limites. Para que não se possa abusar, há que dispor as coisas de tal forma que o poder detenha o poder e dele não possa abusar, de modo que confie a vigilância dos três Poderes entre eles mesmos; cada um vigiando e controlando os excessos dos outros para impedir que a ambição predomine sobre os demais ...”.

Entre os componentes da efervescência política e social no país, estão o “mensalão”, o “petrolão” e suas repercussões nas prisões e solturas, aditivados pelo surpreendente resultado da eleição presidencial de 2018, jamais absorvido pelos perdedores, e a politicagem que imperou na pandemia do coronavírus.  Culminaram com o dilaceramento do tecido político-eleitoral, mudaram os nomes de partidos desmoralizados e, em consequência, padecendo de aguda crise de representatividade.

Estamos numa espécie de beco sem saída, em que atos e fatos atuam na contramão da paz, aprofundando o “nós contra eles”, nos ataques a bens públicos, estádios de futebol, plenários oficiais e onde mais haja queixas ou reclamações, logo degenerando e explodindo em conflitos. Há uma escassez de nomes respeitáveis e ciosos de seus limites e poderes, que possam reeditar os exemplos exemplares de recente passado delicado, não obstante, superados pela força moral de que eram dotados. E agora?

 

Linomar Bahia é jornalista, escritor e imortal das Academias de Letras, Jornalismo e Interiorana.

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