LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Desvios de rumos

Linomar Bahia

Passagens de anos sempre estiveram entre as oportunidades para análises políticas e econômicas e às expectativas que cada um alimenta sobre o futuro. Rodas de conversas informais de profissionais de diversas áreas proporcionam diferentes visões sobre questões nacionais, constituindo verdadeiras amostras do pensamento da sociedade, provavelmente nos únicos momentos em que a democracia é exercida pela plena liberdade de opinião, flexibilizada nestes tempos tão estranhos.

 

São avaliações e sugestões muitas vezes sábias e justificaram milhares de votos depositados por esses mesmos eleitores, que têm sofrido pela opção preferencial pela máxima do “Mateus, primeiro os meus”. Saudoso político paraense tentava justificar as ações individualistas com a insuficiência das 24 horas do dia para atender as demandas dos familiares e apoiadores, não havendo como evitar que “o povo que se exploda”, como ironizava Chico Anísio no personagem “Justo Veríssimo”.

Provavelmente cada integrante dessas espécies de “senadinhos”, está reproduzindo histórias e aspirações que ouviram em seus locais de trabalho e contatos com o público mesmo nas paradas de ônibus e filas de alguma coisa, igualmente frustrados por não verem seus desejos acontecerem. Numa dessas “sessões” o amigo Fernando Cavalcante, conceituado neurologista e professor, pautou a crise de representatividade política pelos eleitos, sempre lembrada e de remotas chances de solução.

Poucos fazem dos mandatos eletivoso verdadeiro instrumento que deveria ser entendido como uma procuração e os exercem com os pleitos pretendidos pelos que os elegeram. Ao mesmo tempo em que esquecem, até a próxima campanha eleitoral, essa falta de compromisso dos eleitos com os pleitos dos que os elegeram tem sido considerada responsável em grande parte pelas carências nacionais no desvirtuamento do princípio constitucional de que “Todo o Poder emana do povo (...)”

Enquanto não se vislumbra alguma reforma eleitoral que possa superar certos vícios, cultivados há décadas e enraizados em gerações, o pais vai sobrevivendo como uma “República de bancadas” da bala, evangélica e o que mais tiver de interesses setorizado na continuada perseverança no “cada um por si ...”. numa competição desigual em que se formam verdadeiros cartéis e praticam a excrescência da troca do legislativo para onde foram eleitos, pelas secretarias e ministérios de outro Poder.

Corrigir esse desvio de rumo do país somente com uma vedação constitucional ao uso de púlpitos de evangelização como palanques eleitorais, renúncias às fardas para atuar na política, declinar de mandatos para assumir cargos executivos e impedir blocos além de bancadas partidárias democráticas. Tudo quanto seria possível somente numa constituinte, dissolvida após e realização de nova eleição geral, evitando que os constituintes votem contra seus interesses como tem acontecido.

 

Linomar Bahia é jornalista, escritor e membro das Academias Paraense de Letras, Jornalismo e Literária Interiorana.

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