LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Contrassensos das desigualdades

Linomar Bahia

Desigualdade é uma das palavras mais proferidas sobre os profundos desníveis socioeconômicos que assolam o país, refletidas nos moradores de rua cada vez mais numerosos e casebres prontos a desmoronar e matar no próximo deslizamento ou enchente. Faz parte do arsenal de expressões de efeito em que os demagogos são pródigos, ultimamente contando com um Ministério, a pretexto de combater essa persistente mácula social à espera de ações e atitudes redentoras.

O Brasil parece ter nascido sob o signo das desigualdades a partir dos contrastes decorrentes das características geográficas e nas diferenças variações climáticas e nos costumes. Constituem brasis também diferentes nas particularidades culturais, divididos em quatro fusos horários, que os deixam interligados praticamente apenas pelo idioma nacional, assim mesmo pontuado por sotaques e algumas expressões que produzem quase dialetos, muitas vezes dificultando a própria comunicação.

Tantos e relevantes contrastes geográficos e de costumes, considerados como a contraposição entre o que as pessoas representam e as coisas que fazem, resultam em graves problemas humanitários nos gritantes contrassensos dos episódios que contradizem a lógica e contrariam o bom senso. Estão presentes nas atitudes e ações paradoxalmente dos que deveriam zelar pela coerência das práticas com as situações de que são protagonistas e, como tal, revelam completa falta de noção.

Valem como exemplo os contrastes e contrassensos da vida real que os números extraídos da campanha governamental “desenrola”, está revelando. Foram detectados mais de R$ milhões de débitos inferiores a R$ 100, enquanto governantes correm o mundo em viagens tanto pra tudo quanto pra nada, consumindo milhões em hospedagens e refeições de luxo, enquanto aumenta a cada dia o contingente de famintos que esperam pelo prometido “fome zero” que nunca chega.

Como será que os necessitados, incluindo crianças, dependentes da caridade popular assistem ao desfile dos bilhões, de que a mídia fala todos os dias, desviados das políticas públicas enquanto amargam as filas das UPAS e mergulham nas dívidas do mínimo para a sobrevivência.   Mudam governos se renovam as promessas com novas roupagens e continuarão a amargar as dificuldades comuns àqueles que mal têm para o mínimo básico, muitos enganando o estômago com restos recolhidos no lixo.

Eleitos para promoverem as soluções parecem fazer ouvidos moucos, afrontando a pobreza nacional com o anúncio de novo avião de quase um bilhão de reais, políticos de todos os matizes ideológicos concedendo a si anistia de 23 bilhões que não conseguem comprovar como gastam, e voam em jatinhos da FAB para assistirem a boiadas e a futebol. Situações como essas, responsáveis pelos índices de miséria que o IBGE revela, denotam a insensibilidade para as prioridades nacionais sempre procrastinadas.

 

Linomar Bahia é jornalista, escritor e membro das Academias de Letras, Jornalismo e Literária Interiorana

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