LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Alquimia eleitoral

Linomar Bahia

Manobras políticas oportunistas, lembram os versos com os quais Jorge Bem Jor já advertia, em 1974, que “Os Alquimistas ... Estão chegando ... Estão chegando ... Os Alquimistas ... Eles são discretos ... E silenciosos ... Moram bem longe dos homens ... Escolhem com carinho ... A hora e o tempo ... Do seu precioso trabalho ... São pacientes, assíduos ... E perseverantes ... Executam ... Segundo as regras herméticas ... Desde a trituração, a fixação ... A destilação e a coagulação ... Todos bem e iluminados ... Evitam qualquer relação ... Com pessoas ... De temperamento sórdido ... “ 

Alquimistas e oportunistas se completam na arte de manipular e transmutar elementos, simulando e fazendo todos acreditarem na transformação de ferro em ouro, controlar e engolir fogo, alterar permanentemente os estados de matérias ou mesmo entortar colheres como Ury Goeler fazia. Podem curar e reviver alguns seres ou conferir a imortalidade a outros, criar clones ou conceber novas formas de existência, em que já se inclui a inteligência artificial e os receios de vir a substituir até a presença e a criatividade dos humanos, pelo que teria se arrependido o criador George Hinto. 

Alquimia e alquimistas remontam a tempos imemoriais, misturando ela mesma a denominação na transmutação do árabe para o grego antigo. Inventos e utilizações ortodoxas têm tornado obsoletas as antigas alquimias como teoria científica de pseudociência desenvolvida na Idade Média, associada ao misticismo e ao ocultismo, por vezes  considerada a "química da Idade Média”. Praticada por antigas civilizações chinesas e gregas, migraram para o Egito durante o ‘helenismo” e reintroduzida na Europa em meados do século XII, em função das traduções dos textos para o latim. 

Qualquer semelhança com fatos e pessoas vivas ou mortas de hoje e de amanhã não será mera coincidência, principalmente quando envolve “transações” que os “alquimistas” da política também classificam com o eufemismo de “articulação”, “diálogo” e outros adjetivos com que procuram mascarar acertos circunstanciais. Reprisam um filme de enganações e frustrações que não vale à pena ver de novo..., mas está para se repetir nas eleições municipais do próximo ano de 2024, com repercussões no que virá a acontecer no pleito de 2025 para governador e senadores. 

Basta lembrar personagens e conclusões do último pleito no Pará e a junção de azeite e vinagre ideológicos, materializada na união dos contrários. Como, entretanto, não há alquimia que possa satisfazer a todos ao mesmo tempo, sobraram mágoas dos preteridos pelo apoio preferencial, prenunciando novas alquimias nas próximas eleições para três prefeitos da região metropolitana e para governador e dois senadores. Serão cinco cargos nos dois pleitos e ao menos nove potenciais candidatos pretendendo o apoio que não obtiveram nas pretensões passadas. Haja alquimia. 

 

Linomar Bahia é jornalista, escritor e membro das Academias Paraense de Letras, Jornalismo e Interiorana. 

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