Abre letras ou abre app? Mayara Domont 27.11.25 8h00 Em algum momento da sua vida você precisou abrir letras belas para um trabalho escolar, naquela cartolina, no papel pautado - ou até mesmo para fazer aquele cartaz para seu artista, e levar para um show. Desenhos, formas, criar letras diferenciadas, tudo era muito manual. As canetinhas, lápis de cores e réguas eram os instrumentos mais utilizados. Recortes de revistas, jornais e papéis coloridos criavam formas e cartazes. As conhecidas faixas para anúncio, feitas de tecido ou lona, se espalhavam na cidade, anunciando shows, passeatas, greves, aniversariantes ou o que precisasse informar com letras garrafais. A forma genuína de se comunicar foi mudando com o tempo. A chegada dos computadores, programas de edição, o ato de digitar, foram tirando do nosso cotidiano a escrita manual. O uso da ferramenta Paint nos computadores dava vida a desenhos geométricos, antes feitos com régua e transferidor. As aulas de desenho foram se aperfeiçoando com a chegada da informática. Com o tempo, deixamos de usar com mais frequência os cinco dedos e passamos a usar mais o indicador e o polegar. Da mesa com papel e canetas, passamos para a tela do computador - e logo depois para o teclado QWERT dos smartphones. Criar anúncios, artes sofisticadas e criativos digitais se tornou, mais do que um hobby, em mais uma forma de trabalho na nova geração. As canetinhas deram vez aos botões dos aplicativos que colorem rapidamente. O lápis e a caneta, que contornavam letras, deram vez às milhares de fontes disponíveis nos apps de design gráfico. A forma de anunciar também mudou! Aplicativos como o Canva, Illustrator e Adobe Photoshop criam conteúdos para divulgar e anunciar de forma digital. Quem é expert no digital talvez tivesse um desafio gigante para abrir uma bela letra em um cartaz. Agora, quem viveu a geração da escrita, da ortografia rebuscada, talvez não domine a era digital. Tive a oportunidade de fazer cursos de caligrafia, informática e design digital. Passear por esses mundos me fascina. Muitas crianças e jovens de hoje manuseiam recursos com facilidades na ponta dos dedos. No entanto, a caneta e o lápis podem ser verdadeiros vilões quando se pede uma boa caligrafia, ou quem sabe abrir uma bela letra. Os cartazes e as faixas na cidade deram lugar aos anúncios digitais no WhatsApp, Instagram, Facebook e Google. Com o tempo, deixamos essa arte milenar, que é a escrita, dar vez até ao Chat GPT. Pegar em uma caneta, rabiscar um desenho, escrever uma carta é uma arte para poucos atualmente. As ferramentas digitais chegam para universalizar o acesso às informações. A escrita digital confere agilidade e acesso a diversos recursos midiáticos. Todavia, a escrita manual atua no nosso cognitivo, ajuda na memória e o raciocínio se torna mais elaborado. Eu sei que você vai dizer: mas tudo agora tem que ser rápido! Sim! Mas podemos usar todas nossas habilidades. É interessante aliar a escrita manual à digital. Usar aplicativos a nosso favor, para produtividade, é superinteressante. Contudo, a beleza da expressão que a escrita manual gera, e os sentimentos em cada traçado, se eternizam por gerações e gerações. Nenhum documento digital deixaria tantos vestígios quanto uma carta escrita a punho. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas descomplica coluna descomplica COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Descomplica . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!