Remo x Goiás, um jogo para consagrar e para condenar

Jogo grande! Estádio lotado e a jornada de um ano inteiro em decisão. Para os profissionais, esse duelo Remo x Goiás vale prazer, prestígio, currículo, novas perspectivas na carreira. Para os clubes vale um salto no mercado. Pelo menos R$ 100 milhões a mais nas finanças e novas possibilidades comerciais na Série A.

É o tipo de jogo que consagra uns e condena outros. Um grande desafio à competência emocional. Afinal, qualquer desatenção pode ser fatal. Mais do que nunca, a aplicação tática vai exigir concentração e esmero. É um jogo diferente de tudo o que azulinos e alviverdes experimentaram até agora no campeonato. Justamente por isso, devem estar reservadas surpresas decisivas numa tarde tensa no campo, nas arquibancadas, diante da televisão, ao som do rádio ou do celular... Que todos vivam e sobrevivam à aceleração cardíaca. Saúde!!!

Ética em questão na Série B

É ético um time ser remunerado por terceiros para se esforçar e vencer um jogo protocolar? Questão discutível, mas sem embaraços. Esforço para vencer sempre será legítimo, como no caso do Paysandu contra o Athletic, a serviço da Ferroviária e do Botafogo/SP. Ou do Cuiabá e do Atlético Goianiense, pelos interesses de Remo e Goiás.

O fato é que a "mala branca" vira um recurso nesses momentos de dependência, e o futebol torna-se ainda mais emocionante. Para uns e outros, o domingo vai ser histórico. 

BAIXINHAS 

* Folclore ou não, algumas manifestações em nome do Atlético Goianiense são de que o time não deve ajudar o rival Goiás a subir. Caso empate com o Remo, o Goiás vai precisar de vitória ou empate do Atlético contra a Chapecoense, ou de vitória do Cuiabá sobre o Criciúma. A ética não está em questão porque nenhuma manifestação do tipo saiu do elenco ou da comissão técnica. 

* Torcedor fazer apelo para o próprio time perder e até vibrar com gol do adversário por ser prejudicial ao rival, isso é folclórico. O que não teria cabimento seria qualquer profissional se comportar assim. Mesmo sem juramento, todo profissional tem (ou deveria ter) compromisso de honra, seja qual for a profissão.

* Marlon e André Lima desfalcam o Papão em Minas Gerais no domingo. Provável time para enfrentar o Athletic: Gabriel Mesquita; Edilson, Lucão, Novillo, Reverson; Pedro Henrique, Carlos Eduardo, Wendel Júnior; Marcelinho, Denilson (ou Vini Faria) e Peterson.

* Artilharia da Série B. Pedro Rocha (Remo) lidera com 14 gols. Está ameaçado para a última rodada por Carlão (Ferroviária) e Cléber (Avaí), que estão com 13 gols. Willian Bigode (América-MG) tem 11. Alisson Safira (Cuiabá), Anselmo Ramon (Goiás) e Kevin Ramírez (Amazonas) têm 10 gols, cada. 

* Dirigentes do Papão trabalham na perspectiva de apresentar o novo técnico na próxima semana junto com o executivo Marcelo Sant'Ana. A ideia é mudar a pauta da imprensa e das redes sociais na semana seguinte à desativação do time. Sem fato novo, o foco ficará no fracasso consumado. 

* William Klaus atingiu a sua melhor performance na fase mais apropriada da temporada. O zagueiro cresceu quando a maioria do time azulino teve queda de rendimento. Foi o caso do lateral Jorge, que teve intensa sequência de jogos pouco tempo depois de ser "desaposentado". Muito natural! 

* Paraense Rodrigo Andrade não é mais jogador do Goiás. O meia, ex-Paysandu, foi demitido junto com o argentino Benitez no final de outubro. Rodrigo Andrade, 28 anos, chegou ao Goiás depois de acessos à Série A no Vitória e no Mirassol, mas saiu devendo. Fez 24 jogos e dois gols na temporada.