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As eleições gerais de 2026 já começaram

Rodolfo Marques

Por mais que o calendário oficial da Justiça Eleitoral ainda indique um tempo razoável até as urnas de 2026, a política brasileira, como sempre, opera em um tempo próprio. As movimentações recentes no cenário partidário são prova de que alguns dos principais atores já estão em “campo”, redesenhando alianças, projetando lideranças e tentando ampliar espaços para a disputa que se avizinha.

criação da Federação União Progressista é o movimento mais emblemático até aqui. Composta por duas siglas de peso – o Progressistas (PP), sob a liderança do senador Ciro Nogueira (PI), e o União Brasil, comandado por Antonio Rueda – essa aliança reúne forças do chamado “centrão” e tem um viés à direita ideológica. 

O PP, como se sabe, tem uma longa trajetória de adaptação e influência nos bastidores do poder, independentemente da coloração programática do governo de plantão. Já o União Brasil carrega em seu DNA a fusão entre o PSL (Partido Social Liberal), que elegeu Jair Bolsonaro em 2018, e o Democratas (DEM), herdeiro do antigo PFL (Partido da Frente Liberal) – partido com forte presença regional, especialmente no Norte e no Nordeste.
Esse novo bloco partidário nasce com musculatura expressiva no Congresso Nacional (banca de 109 parlamentares na Câmara dos Deputados), o que tende a torná-lo uma peça-chave na disputa presidencial e nos palanques estaduais. A federação busca se apresentar como uma alternativa de poder, capaz de dialogar com diferentes segmentos da sociedade, do agronegócio ao empresariado urbano, enquanto tenta se descolar da imagem puramente fisiológica que muitas vezes marca o centrão.

Outro movimento digno de nota é o esforço de sobrevivência do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira). O outrora protagonista da política nacional presidiu o Brasil por dois mandatos com Fernando Henrique Cardoso, governou São Paulo por mais de duas décadas e exerceu forte influência no Pará, com cinco mandatos entre Almir Gabriel (1995-1998 e 1999-200) e Simão Jatene (2003-2006, 2011-2014 e 2015-2018). Agora, vive um momento de encolhimento. Com quadros tradicionais se aposentando ou migrando para outras legendas, o PSDB tenta se reinventar. Neste sentido, uma possível fusão com o Podemos vem sendo discutida

No Pará, esse cenário também se desenha. Os partidos se movimentam não apenas de olho na eleição presidencial, mas principalmente nas disputas estaduais e proporcionais, que deverão ser bem acirradas. Novas alianças, reconfiguração de forças e o reposicionamento de lideranças locais estão em pleno andamento, mesmo que ainda longe dos holofotes.
Diante disso, a pergunta que fica é: será que os eleitores estarão atentos a essas movimentações silenciosas, mas decisivas, que moldarão as opções que terão diante da urna em 2026?

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