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Voluntário da Cruz Vermelha fala sobre solidariedade aos romeiros

Há 40 anos, instituição realiza ações no estado do Pará, durante as procissões nazarenas.

Fabyo Cruz, especial para O Liberal
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Empatia, compaixão e solidariedade são algumas das principais identidades do Círio de Nazaré. Um exemplo desse amor ao próximo são as ações realizadas há 40 anos pelos voluntários da Cruz Vermelha, no estado do Pará, durante as procissões nazarenas. Para o voluntário João Garcia, 25 anos, prestar atendimentos de primeiros socorros a milhares de pessoas nas romarias é uma forma de expressar fraternidade com o semelhante.

João Garcia conta que é católico, mas não possui o costume de frequentar assiduamente a igreja. No entanto, ele diz que sempre admirou as ações de caridade, principalmente, no mês de outubro. “Sempre admirei e participei de ações sociais e ajudas humanitárias, na época do Círio elas se tornavam ainda mais evidentes e significativas para mim. Como já admirava também as iniciativas da Cruz Vermelha e sentia a ânsia de me sentir necessário, decidi entrar para o grupo de voluntários em 2015”, disse o jovem.

Ao ingressar na equipe da Cruz Vermelha, o rapaz teve a oportunidade de participar das ações do grupo na trasladação e na procissão daquele mesmo ano. Sentindo-se realizado e feliz por conseguir ajudar o próximo, João pensou em convidar mais amigos que pudessem ir com ele aos próximos cortejos. “Comecei a chamar aqueles amigos que não os via há um certo tempo, eles também não eram católicos praticantes, mas ao serem convidados para ajudar o próximo, sentiram no coração que precisavam ir também”, explicou o voluntário.

AJUDA AOS ROMEIROS

Ele lembra que no primeiro ano como voluntário da Cruz Vermelha, conseguiu contar com a presença da namorada que aceitou o convite de ajudar os romeiros. Nos anos seguintes, outros amigos foram participando também, até que o número de pessoas próximas a ele passou a ser considerável. No final da tarde de sábado, João Garcia já se encontrava na base dos voluntários para receber as últimas instruções. O trabalho encerrava somente por volta das 23h, quando a imagem peregrina chega à Igreja da Sé. No dia seguinte, ele estava cedo para ajudar no percurso inverso.

“Era trasladação e Círio, uma maratona onde eu dormia pouco, andava muito, ficava naquela adrenalina de ajudar, parava e encontrava situações que eu precisava ajudar, às vezes não tinha maca, isso me emociona muito porque aquelas pessoas estavam com uma fé gigantesca, maior do que a minha. Lembro que as músicas me emocionavam, as promessas dos romeiros também, então essa vontade de ajudar surgiu como uma forma de contribuir às pessoas que querem alcançar a sua graça”, explicou João Garcia.

Para o jovem, esses momentos são inesquecíveis. Com carinho, ele recorda os momentos de superação, união e determinação. “Certa vez, mesmo participando da Cruz Vermelha, fui convidado para distribuir café e pão para as pessoas que compõem a Guarda da Santa. Confesso que nesse dia, eu já estava bastante cansado, mas decidi ajudar. Cheguei a perguntar para um amigo meu, que também foi convidado, se iríamos dar conta do recado, mas conseguimos, mesmo passando a madrugada toda trabalhando, deu tudo certo”, lembrou.     

No mesmo dia, o jovem conta que ainda ajudou a transportar os carros do Círio. Ele diz que até hoje não sabe de onde tirou forças para ajudar milhares de pessoas em uma das maiores manifestações religiosas do mundo. “Só pode ser mesmo fé, pois até hoje não sei como conseguimos empurrar cerca de 12 carrinhos, mesmo estando bastante exaustos. Mas o Círio é isso mesmo, solidariedade, e ultrapassa qualquer instituição, barreira, e certamente marcou na minha vida”, define João Garcia.

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