CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Um ano de fé: o povo se reencontra com a Festa de Nazaré

Retomada do Círio é sentida de forma especial por voluntários e organizadores que se empenham nos preparativos

João Thiago Dias
fonte

Após dois anos sem procissões devido à pandemia de covid-19, o Círio de Nazaré de 2022 reflete a enorme expectativa de devotos de vários municípios paraenses que se preparam para o reencontro com a fé de forma presencial. Seja na grande procissão no segundo domingo de outubro, dia 9, ou nos outros eventos oficiais da festividade.

De acordo com o reitor da Basílica Santuário de Nazaré, padre Francisco Assis Maria Oliveira, esse movimento é sentido por meio da disposição de devotos e voluntários que já participam dos preparativos para as homenagens à Virgem Santa.

“Nos últimos meses, fizemos reuniões com órgãos de segurança, equipes que dão suporte no acolhimento com romeiros e lideranças da Arquidiocese de Belém e a expectativa é muito boa. Temos a impressão de que há no povo uma ‘ansiedade’ para que este Círio seja a retomada da vida normal. Percebemos nos voluntários uma motivação muito grande para trabalhar. Uma disposição para agir como antes da pandemia”, comenta o reitor. “Cheios de boas expectativas. Toda a organização está motivada e com a sensação de que será um Círio muito especial, marcado pela maneira fervorosa com que o povo faz essa demonstração de fé”, completa o padre.

A procissão deve fluir da forma tradicional, com corda, carros e todos os ícones de devoção que ilustram as promessas. Para isso, há intensificação nas ações da Pastoral da Acolhida, para abastecer as despensas. Também é feita uma campanha de arrecadação de gêneros alimentícios, de higiene pessoal e de limpeza para a Casa de Plácido, local que acolhe os romeiros. A Guarda de Nazaré já reforça os treinamentos para acompanhar as estações da corda. Além disso, a Basílica deve ganhar reestruturações ainda em setembro, antes da Festa: pintura, limpeza e novo sistema de som.

image Devotos foram às ruas pagar promessas mesmo com procissões oficiais suspensas (Tarso Sarraf / O Liberal)

“Com grande satisfação e emoção que podemos devolver ao povo paraense e a todos os devotos de outros lugares o momento que recarrega a energia. Como diz a música [Círio Outra Vez] do padre Fábio de Melo: ‘o corpo cansa só pra alma descansar’. Essa frase define muito o que é o Círio”, avalia padre Francisco. “Uma das coisas que mais alimenta a nossa sensibilidade religiosa é ver os ensinamentos de Jesus Cristo na prática. No cuidado com o outro. Observamos isso nas procissões com doação de água, com a ajuda da Cruz Vermelha. Algo que precisa ser alimentado para que tenhamos essa experiência no dia a dia com família, amigos e no trabalho”, acrescenta.

Mãe e mestra

Neste ano, o 230º Círio de Nossa Senhora de Nazaré apresenta o tema “Maria, Mãe e Mestra”. Segundo o padre Francisco Assis, é uma forma de explicar que a Mãe de Deus tem muito a ensinar para a caminhada do ser humano no crescimento espiritual.

“Maria recebeu de Jesus Cristo a missão de ser mãe dos seguidores dele. No alto da cruz ele disse: ‘Eis aí a tua mãe; eis aí o teu filho’. O discípulo João representava ali todos os demais discípulos que, ao longo do tempo, iriam entrar nesse grupo de seguidores. Quando levamos a imagem peregrina a repartições públicas ou capelas e lugares distantes na periferia de Belém, nos deparamos com crianças, jovens e idosos que sentem naturalmente essa presença da mãe que cuida, que zela”, diz o reitor da Basílica. “E é mestra porque ela viveu de uma maneira que dá um exemplo para nos estimular a fazer o mesmo. Ser solidário como ela, quando foi ajudar a prima que estava grávida e tinha idade avançada. Ela tem muito a nos ensinar, sobretudo na questão do altruísmo, do pensar no próximo”, ensina padre Francisco, ao clamar por um Círio de solidariedade entre os paraenses.

Círio, nossa história

 

A Imagem Original

Em estilo Barroco, confeccionada em madeira, com 28 centímetros de altura e com traços de uma senhora portuguesa. Essas são algumas marcas da Imagem Original de Nossa Senhora de Nazaré, que fica no Glória, sobre o Altar-mor da Basílica de Nazaré, em redoma de cristal antiprojétil. Foi encontrada pelo caboclo Plácido José de Souza, no ano de 1700. Há diversas versões quanto ao achado da imagem, relacionadas a fatos como estar ou não trajando um manto e também a forma como ela foi encontrada, às margens do igarapé Murutucu, no local onde foi erguida a Basílica Santuário. A descida do Glória só ocorre duas vezes no ano, no mês de maio, na celebração de aniversário de elevação da Basílica, e em outubro, no período do Círio de Nazaré. 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Círio
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!