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Traslado da Imagem para Ananindeua e Marituba aproxima fiéis há três décadas

História da romaria está documentada no Dossiê do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)

Daleth Oliveira
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Desde 1992 Ananindeua recebe a visita da Imagem Peregrina na sexta-feira do Círio, quando foi realizado pela primeira vez o Traslado para a cidade vizinha de Belém. Com isso, anualmente, ao atravessar a rodovia BR 316, a Imagem recebe ao longo de todo o trajeto rodoviário diversas homenagens de devotos que enfeitam as frentes de suas casas, ou até mesmo dos que acompanham o traslado em bicicletas, motos ou carros.

No Círio de 2002, o percurso desse traslado estendeu-se pela primeira vez até Marituba, atendendo solicitação do pároco do município. De Marituba o traslado retorna para a igreja matriz de Ananindeua, onde a imagem da peregrina fica exposta até a manhã seguinte, recebendo durante a noite inteira a visitação de peregrinos devotos e penitentes (o que será diferente este ano, visto que a Imagem volta para Belém ainda na sexta, às 12h, após um percurso rápido e sem paradas pelas vias da região metropolitana).

“A ideia de vir para Ananindeua surgiu de um cidadão dono de um posto de gasolina de nome Ribeiro, proprietário do posto Tokyo. Nesse ano, ele solicitou à diretoria que a imagem viesse até Ananindeua. E foi assim que começou. O principal objetivo da celebração é para que as pessoas sintam-se mais próximas de Nossa Senhora, tenham oportunidade de prestar esta homenagem da maneira como elas querem, por meio da queima de fogos, flores, caminhada, da peregrinação”, diz Odon Carlos, organizador do traslado, documentado no Dossiê do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Bairros entram no percurso ao longo dos anos

O cientista religioso e professor da Universidade Estadual do Pará (UEPA), José Antônio Mangoni, conta que após o primeiro traslado, a cada ano seguinte novos bairros eram adicionados no trajeto. “Por querer a visita da Imagem, as comunidades solicitavam a passagem da Santa em seus bairros e por isso, o trajeto crescia edição após edição. Então, o traslado que antes era rápido, com o passar dos anos, chegou a durar cerca de 14 horas”, detalha.

“A preocupação de aproximar a Imagem dos fiéis é fio condutor de todo o Círio. Durante todo o ano, a Santa vai a hospitais, escolas, cidades fora da Região Metropolitana; e o Traslado faz parte disso, pois é quando idosos com dificuldade de locomoção ou jovens em cadeira de rodas, podem ver de perto a Nossa Senhora da janela de suas casas”, conta o teólogo.

Segundo o pesquisador, além de promover essa proximidade com o fiel, o Traslado também tem outro objetivo: o de evangelizar. “Toda manifestação pública de uma religião, seja de qualquer matriz, tem sempre elemento de anúncio, isto é, colocar a fé que um grupo tem para outras pessoas que podem estar aderindo esta fé”, finaliza. 

 

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