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Quem manteve a produção, teve chance de faturar

SOUVENIRES – A procura por “lembrancinhas” da devoção à Virgem de Nazaré não diminuiu por causa da celebração diferenciada deste ano

VALÉRIA BARROS

Para muitos, o Círio é também a chance de uma renda extra. Muitos artesãos dizem que é momento mais esperado do ano, pois quem vem de fora do Estado aprecia muito o artesanato local e quer sempre levar uma “lembrancinha” para os que não puderam estar presente. Eles aproveitam o grande número de turistas para manifestar, de diversas formas, a sua arte e, também a sua devoção à Virgem de Nazaré. Uns vendem por encomenda, outros nas ruas, outros pela internet ou em frente das igrejas. Mas como fazer este ano sem as tradicionais procissões que atraem milhares de turistas?

A dona de casa Rosário Barros, 56 anos, trabalha com artesanato há 14 anos e conta que costuma fazer seus trabalhos com temas do Círio, bem antes da época das vendas. Como trabalha com costura criativa, Rosário faz muitos jogos americanos, caminhos de mesa com bordados em ponto cruz, porta-terços, bolsinhas porta-cédulas, toalhinhas para rosto e lavabo etc.

“São muitas opções, tanto para presentear como para enfeitar a mesa e a casa na época do Círio. Mas tudo isso, faço com bastante antecedência, pois vendo meus trabalhos em feiras ou por encomenda. Esse ano, por conta da pandemia, eu não fiz, mas há dois meses, surpreendentemente, a procura está a todo vapor. Então, tive que fazer às pressas para atender as amigas que prestigiam todos os anos o meu trabalho e, posso dizer, que não houve queda de vendas com relação ao ano passado.

SEM PRODUÇÃO

A esteticista e cabeleireira Regina Ribeiro, 58 anos, é também artesã, mas este ano não teve a mesma sorte de Rosário. Pelas dificuldades que imaginou enfrentar para vender seus produtos este ano, ela resolveu não produzir.

“Eu vendia meus produtos no aeroporto de Belém e no Hotel Regente já há oito anos. Como o aeroporto está cheio de restrições e o hotel faliu durante a pandemia, achei arriscado usar minha reserva para investir em produtos que eu não sabia se venderia”.

Ela conta que ainda chegou a vender alguma coisa que produziu ano passado e que estava guardado em casa, mas os 10 mil reais que obteve de lucro em 2019, não terá este ano.

“Meus produtos são bem diversificados e eu ainda tinha alguns aqui guardados. Produzo mantos sublimados, chaveiros com medalhas de santa, camisetas, canecas, santinhas de gesso pintadas a mão e muito cheiro do Pará, além de cachaças e geleias regionais, que são muito apreciados por quem vem de fora, mas resolvi não arriscar este ano. Eu espero que em 2021 já possamos viver o Círio como gostamos de fazer, recebendo amigos, parentes e muita gente de fora. Assim, eles movimentam nossa economia e conseguem viver esse momento tão especial pra nós, com toda a emoção que a festa religiosa proporciona”.

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Círio
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