Professor encontra imagem de Nossa Senhora nas águas da Baía do Guajará
Mateus Maia considera o achado uma graça: ele quer imagem em romaria dos remadores
O professor Mateus Maia, 37, encontrou no sábado (10), às vésperas do Círio deste ano, uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré submersa nas águas da Baía do Guajará. O local do achado foi a prainha do Complexo Ver-o-Rio, em Belém.
“Quando eu coloquei a prancha na água e pisei, vi algo com umas cores fortes, vi uma cerâmica colorida. Eu achei primeiro que fosse um alguidar, aí eu coloquei a mão. Quando vi, era o pedestal da santa. Quando olhei para o lado esquerdo, lá estava a imagem, dentro da água, submersa. Só que a água estava incrivelmente transparente. E eu vi com clareza, todo arrepiado”, conta Mateus.
Em 1793, o caboclo Plácido também encontrou nas águas de um igarapé a imagem que deu origem ao Círio de Nazaré. Nesse local está hoje localizada a Basílica Santuário de Nazaré.
“Quando coloquei a prancha na água e pisei, vi algo com umas cores fortes, vi uma cerâmica colorida. Achei primeiro que fosse um alguidar. Aí coloquei a mão. Quando vi, era o pedestal da santa. Quando olhei para o lado esquerdo, lá estava a imagem, submersa. Só que a água estava incrivelmente transparente. E vi com clareza, todo arrepiado”, conta Mateus
O professor, que também é devoto de Nossa Senhora de Nazaré, conta que esperou a maré, que já começava a secar, para continuar o achado. Ele colocou a imagem, que estava quebrada, em cima do píer do local. O sentimento foi de muita emoção, diz ele, ao juntar as partes da imagem de Nossa Senhora que há tanto tempo estava submersa.
“A maré estava começando a secar e o sol ainda não tinha nem nascido. Coloquei a santa em cima do concreto, montei. Ela ficou em pé e olhou pra mim. Eu disse: meu Deus! Eu não sabia o que fazer, mas eu tirei a foto para registrar o momento", conta Mateus.
“A maré estava começando a secar e o sol ainda não tinha nem nascido. Coloquei a santa em cima do concreto, montei. Ela ficou em pé e olhou pra mim. Eu disse: meu deus! E aí outras pessoas começaram, a gritar. Viva Nossa Senhora! É um milagre! Eu não sabia o que fazer”
Outros remadores começaram a chegar ao local. Foi quando uma moça perguntou, ao professor, se ele havia resgatado a imagem de dentro da água. Após a afirmativa de Mateus, o clima de emoção tomou conta dos presentes no Ver-o-Rio. Os que estavam presentes começaram a ovacionar a imagem, emociona-se ao contar Mateus.
“Começaram a gritar. É um milagre! Viva nossa senhora de Nazaré! Eu estava tão atônito que não sabia o que fazer”.
Mateus diz que pretende restaurar a imagem para, junto a seus pares, reforçar a homenagem pelas águas da baía no primeiro sábado de outubro, véspera do Círio.
“E ela vai ser a padroeira dos remadores. Ela tem uma relação com a gente. Ela tem uma relação com o rio. Há alguns anos já ocorre uma remaria com o pessoal dos Caruanas, então, a partir de agora, todos os anos vamos à remaria com essa imagem. Ela veio do rio, ela volta para o rio”, planeja Mateus.
“E ela vai ser a padroeira dos remadores. Ela tem uma relação com a gente. Ela tem uma relação com o rio. A partir de agora, todos os anos vamos à remaria com essa imagem. Ela veio do rio, ela volta para o rio”
Ao comentar sua relação com Nossa Senhora, ele revela que, apesar de não se enquadrar como uma pessoa religiosa, acredita que existe uma conexão do ser humano com o divino.
“Todos os dias eu saio para remar antes do sol nascer e não é só para remar, mas para vê-lo nascer e Nossa Senhora nesse dia veio para mim, de dentro do rio, mostrar que o que eu faço todos os dias é fé. Mesmo não sendo numa igreja eu percebo a fé na natureza, no dia-a-dia, dentro do rio”, conclui o professor de redação.
Na mesma semana do achado, Mateus Maia teve vários de seus alunos premiados no concurso de Redação do Círio. É mais uma graça, acha ele.
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