O amor dá forças em momentos difíceis
Complicações na gestação dão lugar à fé e certeza de parto feliz à mãe de menino com Síndrome de Down
A relação da contadora Dione Maués, 43 anos, com Nossa Senhora de Nazaré sempre foi de proximidade. Entretanto, o laço se estreitou de vez com os caminhos para a maternidade. Após um ano e meio de tentativas de engravidar, Dione descobriu a gravidez em um momento muito especial, em 2011. “Foi mágico. Comprei o teste de farmácia e guardei para fazer na manhã do dia seguinte. Estava muito ansiosa, acordei cedo e fiz. No momento que vi o resultado, ouvi os fogos de Nossa Senhora, quando o Traslado passava na frente do meu prédio, na Augusto Montenegro. Contei para o meu marido e foi felicidade geral e lágrimas”, relembra.
Após o início promissor, a gestação se complicou. “Tive descolamento de placenta, passei a gravidez quase toda em repouso”, conta. Em maio de 2012 – mês das mães – Dione realizou seu sonho. Carlos Benassuly Neto chegou para mudar a vida da família. “Tive o Neto no dia 9 e quando saímos da maternidade. Lembro que era 11 da manhã de uma sexta-feira, o Carlos, meu esposo, insistiu para que fôssemos à Basílica agradecer Nossa Senhora pelo Neto. Passamos cerca de cinco minutos lá. Foi a primeira visita dele na vida”, diz a mãe, que naquele momento entregou a vida do filho, diagnosticado com Síndrome de Down, nas mãos da Mãe da Igreja.
Uma cardiopatia congênita fez com que Neto passasse por quatro cirurgia para uma reconstrução completa do coração, um período mercado pela fé na Virgem. “Ficamos internados 15 dias num hospital. Exatamente na noite da véspera do Dia das Mães, o Neto teve uma parada cardíaca”, recorda Dione, que estava sozinha com o menino no quarto. Enquanto a equipe médica adentrava rapidamente o local para iniciar a reanimação, a mãe lembra de ficar paralisada em um canto do quarto observando a cena. “Eu clamei pela intercedência dela e senti uma calma enorme me invadir. Eu precisava ser forte para ele. Tranquilizá-lo”, revela.
O coração de Neto voltou a bater e Dione lembra de todos os detalhes da noite que seguiu. “Deitei-me ao lado dele, disse que ficaria tudo bem e fiz ele sentir aquela calma também. Sequer avisei meus familiares do que havia acontecido”, diz a mãe. Em 2013, ela engravidou novamente e deu à luz à Luiza, uma menina sapeca e que hoje é a maior responsável por empurrar o irmão para as mais diversas situações. “Os médicos dizem ela é a terapia ocupacional dele. Foi mais um presente que recebemos Dela”, acredita.
Com Maria, Dione aprendeu que se doar é a maior lição que uma mãe pode ensinar. “A maternidade me aproximou muito dela. Todas nós mães temos um pouco de Nossa Senhora. Tudo que ela nos mostrou sobre renúncia, dedicação e doação serve como inspiração para mim todos os dias”, resume. Seguindo estes ensinamentos, Dione e Carlos decidiram criar uma página no Facebook para compartilhar as experiências na criação do Neto. “Vemos que há uma necessidade disso. Nós mesmos tivemos muitas dúvidas e, estudando bastante e consultando profissionais, aprendemos demais. Não podemos guardar este conhecimento que pode ser útil para outros pais de crianças com Down”, finaliza.
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