No Círio 2025, grupo de amigos irá distribuir 11 mil copos de água a romeiros

Criado em 2019, o projeto “Mãos que Doam” reúne 55 voluntários para aliviar a sede dos promesseiros em um dos trechos mais intensos da procissão

Gabriel da Mota
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Em meio ao calor, à multidão e ao esforço físico das romarias do Círio de Nazaré, um gesto simples se transforma em refrigério para milhares de devotos: a oferta de água — elemento vital da criação, que neste ano ganha ainda mais significado diante do tema “Maria, Mãe e Rainha de toda a criação”. É essa missão que move o grupo Mãos que Doam, criado em 2019 por iniciativa de amigos que enxergaram na solidariedade um modo de participar da festa. “Não foi graça alcançada, apenas a vontade de ajudar”, explica a empresária Talita Silva, 37 anos, que coordena a ação ao lado do marido, Everton.

A logística do grupo começa um mês antes, com a compra da água. Os pacotes são transportados ainda na madrugada, às 2h, para o ponto fixo escolhido na avenida Presidente Vargas, na esquina com a rua Santo Antônio. O local não é aleatório: trata-se de um trecho de subida, em que muitos promesseiros chegam já no limite das forças.

No Círio deste ano, a previsão é de que sejam distribuídos cerca de 11 mil copos de água apenas nessa ação. Do total de voluntários, aproximadamente 35 estarão diretamente na linha de frente da doação — entre eles, crianças, jovens e até idosos que se somam ao esforço coletivo.

Significado

Para Talita, cada ação é uma oportunidade de reforçar valores espirituais. “Reforçar as ações de amor ao próximo e de compaixão com aqueles que estão pagando suas promessas, por graças alcançadas, bem como a devoção à Nossa Senhora de Nazaré e a fé em Jesus Cristo”, resume.

image Ponto de distribuição fica localizado na avenida Presidente Vargas na esquina com a rua Santo Antônio, um dos trechos cruciais de subida (Arquivo pessoal)

Esse sentido se traduz na reação dos próprios romeiros. Muitos agradecem emocionados, outros seguem em silêncio, apenas aceitando o gesto como um empurrão para seguir adiante. A cada edição, o grupo se depara com novas histórias, mas sem eleger um momento único como mais especial. “A cada ano é uma experiência única e renovadora” acrescenta.

Desafios

A estrutura da distribuição exige organização, mas o maior desafio é conter a emoção em meio à fé que transborda nas ruas.

“Apesar de estarmos em ação, é impossível não se emocionar com tamanha manifestação de fé e de bênçãos alcançadas ao nosso redor”, revela.

Outro ponto é a questão ambiental. O descarte das embalagens hoje é absorvido pela equipe de limpeza da prefeitura municipal, mas o grupo reconhece que ainda há espaço para amadurecer iniciativas próprias nesse sentido.

Espiritualidade

Antes da procissão, os voluntários participam de momentos de oração e pedem bênçãos para a missão. “Nossa camisa para cada Círio é apresentada aos membros do grupo em um momento de reunião e espiritualidade com Jesus Cristo, pedindo as bênçãos de Nossa Senhora de Nazaré, além de confraternizar”, conclui.

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