Milagre vivo: à espera do encontro com a Virgem de Nazaré

Recuperação de sequelas causadas pela covid-19 aumentam a fé de devota

João Thiago Dias
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"Meus filhos dizem que sou um milagre vivo!”. É o que afirma a procuradora federal Sandra Valeska Martins Leal, 71, ao fazer questão de compartilhar sua experiência de fé para exemplificar sua recuperação diante de três problemas de saúde enfrentados nos últimos dois anos: covid-19, câncer de pulmão e um estágio de coma provocado a partir de complicações cardíacas. Ainda há uma fase de monitoramento médico pela frente, mas a devota afirma que já tem motivos suficientes para agradecer à Nossa Senhora de Nazaré pela saúde restabelecida.

Tudo começou em outubro de 2020, quando veio a testagem positiva para a covid-19. O pulmão ficou comprometido e ela ficou seis dias internada e mais 21 dias isolada dentro de um quarto. Quando saiu do quadro de coronavírus, em novembro daquele ano, ela fez uma tomografia para avaliar o pulmão e descobriu a existência de um nódulo, que foi confirmado como câncer. Em julho de 2021, veio a cirurgia para retirada de um lobo pulmonar. Em seguida, foram quatro meses de quimioterapia.

“Não cheguei a ir para a UTI com a covid-19, mas essa doença acabou vindo me salvar de alguma forma. Porque o câncer de pulmão costuma ser silencioso. Por causa da covid, fiz a tomografia e descobri o câncer a tempo de garantir sobrevida. Depois que operei, fiz a quimio e melhorei. Entrei numa ‘vibe’ para aproveitar a vida”, relata.

Em abril de 2022, no entanto, surgiu o susto maior: “Me recuperei, mas comecei a sentir tonturas e muito cansaço. Uma exaustão. Acabei desencadeando, não sei por qual motivo, uma insuficiência cardíaca. Nunca tive problemas no coração antes, mas acabei entrando em coma por nove dias com falência dos órgãos e embolia pulmonar. Meus três filhos fizeram muitas orações e promessas para Nossa Senhora de Nazaré. E, como um milagre, fui melhorando. Ainda não estou boa, mas já estou com as funções do coração relativamente equilibradas e cuidando do câncer”, detalha.

A atual fase é regida pelas orações de agradecimento. “Começamos a pagar promessa depois que saí do coma. Fomos às missas na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, que fica perto de casa, também fomos para as missas da Basílica Santuário, em Nazaré. Todos que me viram naquelas circunstâncias me olham hoje e ficam felizes e admirados. Me chamam de milagre”, enfatiza.

Ver a imagem da Santa de perto

Para o retorno da festividade presencial do Círio, em 2022, Sandra não se contenta com a transmissão pela televisão e garante que vai acompanhar a passagem da Imagem Peregrina em algum ponto estratégico da cidade. E já sente desde já a forte emoção que esse reencontro deve proporcionar.

image Para agradecer pela saúde, Sandra não se contenta em acompanhar as procissões remotamente e quer ver a passagem de algum ponto do trajeto presencial (André Oliveira / O Liberal)

“Não sei se meu cardiologista vai me liberar para acompanhar a procissão. É uma tradição que sigo. Ia com o meu marido quando ele estava vivo. Sempre gostei de ir até o fim da Trasladação. E acordar cedo para ir toda arrumada para a procissão do domingo. Nem pensar ver pela TV. Não consigo passar um Círio dentro de casa. Tenho que ver a passagem de Nossa Senhora nem que seja de longe. Depois de tudo que vivi, vou derramar muitas lágrimas quando sentir o fervor. Vou fazer muitos agradecimentos pela minha saúde”, afirma.

Círio, nossa história

A imagem peregrina

A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, que fica na sacristia da Basílica Santuário, passou a ser levada nas procissões a partir do Círio de 1969. Foi encomendada em 1968, atendendo pedidos dos fiéis, que alegavam ser a imagem do Colégio Gentil bastante diferente da imagem original. Com isso, o então pároco de Nazaré, padre Miguel Giambelli, solicitou uma réplica da imagem para que fosse utilizada nas procissões e cerimônias oficiais. Um trabalho que ficou sob a responsabilidade do escultor italiano Giácomo Mussner, que deu à imagem traços mais amazônicos. As cores e detalhes da pintura são praticamente as mesmas, mas a principal diferença está no burel (manta que cobre o Menino Jesus), que, na imagem original, possui detalhes em prata e, na peregrina, em ouro.

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