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Círio 2025: Manto de Nossa Senhora de Nazaré exalta a criação divina e a redenção da humanidade

A obra une arte, fé e simbolismo em uma narrativa que percorre a criação do mundo, a queda do homem e a salvação trazida por Cristo

O Liberal
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A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré recebeu, na noite desta quinta-feira (9), o novo manto do Círio 2025, em uma cerimônia realizada logo após a missa das 18h na Basílica Santuário, em Belém. A celebração foi presidida por Dom Júlio Endi Akamine, arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Belém, e marcou um dos momentos mais esperados da quadra nazarena.

Com o tema “Maria, Mãe e Rainha de toda a criação”, o manto foi desenhado pela estilista Letícia Nassar e reflete a mensagem central do Círio de Nazaré 2025: o papel de Maria como guardiã da vida e instrumento da redenção. A obra une arte, fé e simbolismo em uma narrativa que percorre a criação do mundo, a queda do homem e a salvação trazida por Cristo.

Inspiração: da criação ao “sim” de Maria

O descritivo do manto 2025 parte do livro do Gênesis, lembrando que “no princípio, Deus criou todas as coisas por sua Palavra”. O texto apresenta a harmonia do Jardim do Éden, a desobediência de Adão e Eva e a entrada do pecado no mundo, contrapondo, em seguida, o gesto de obediência de Maria, que acolheu em seu seio o Salvador.

“Se pela desobediência de Eva veio a condenação, pela obediência de Maria recebemos a salvação”, destaca o texto que acompanha o manto.

A peça propõe uma reflexão sobre como Maria se torna “terra fértil” para a semente divina, e de que modo sua fidelidade à vontade de Deus conduz toda a criação à redenção.

Símbolos do manto: a Árvore da Vida e o triunfo da fé

O manto 2025 presta homenagem a um dos mosaicos da Basílica Santuário e tem em seu centro a Árvore da Vida, símbolo que representa a perfeição da criação e, no plano da redenção, se transforma na Cruz de Cristo.

Nessa composição, Adão e Eva aparecem redimidos, ajoelhados diante de Jesus, em adoração. Ao redor, estão representados os elementos criados por Deus — a noite, o dia, as estrelas e as águas —, compondo um cenário que reflete a beleza da criação e o poder da fé.

Das águas brotam ramos de rosas, que remetem à promessa de que uma mulher esmagaria a cabeça da serpente, vencendo o mal. Essa mulher é Maria, cuja obediência e pureza abriram caminho para a salvação da humanidade.

Detalhes e materiais: um trabalho em alta joalheria sacra

A confecção do manto 2025 de Nossa Senhora de Nazaré é uma verdadeira obra de arte. Feito em cetim italiano, o fundo é bordado em vidrilhos de cristal branco acetinado, enquanto as folhas da árvore são formadas por cristais verdes e as rosas, por coral natural em dois tons, criando efeito de luz e sombra.

O céu é bordado em cristais azuis e zircônias que representam as estrelas. A base verde, bordada com hematitas naturais, simula o solo e a rocha dividida que simboliza o sacrifício de Cristo. As águas recebem cristais e miçangas, que criam um efeito tridimensional e dão movimento à peça.

No centro da composição, uma aurora bordada em vidrilhos abriga uma moissanite amarela de 20 quilates, representando o sol. Ao redor das rosas, pequenas abelhas de metal simbolizam a comunidade cristã — homens e mulheres que trabalham em conjunto, guiados pela fé. A borda do manto, feita com contas de opala, cria o efeito visual de uma moldura de mármore, selando a composição.

Broche 2025 traz o símbolo “Peregrinos da Esperança” do Jubileu

O broche do manto 2025 foi confeccionado em prata e tem formato redondo. A peça apresenta o símbolo “Peregrinos da Esperança”, criado para o Jubileu de 2025, que representa a humanidade unida na fé mesmo em meio às tempestades da vida.

A cruz do desenho se transforma em âncora, símbolo tradicional da esperança, e é envolvida pela corda do Círio, referência à união dos romeiros que caminham juntos, firmes em Cristo e em Maria.

Tradição: um gesto de fé que atravessa gerações

A tradição de vestir a Imagem Peregrina com um novo manto remonta à origem do Círio de Nazaré, quando a imagem foi encontrada pelo caboclo Plácido às margens do igarapé Murucutu. No início, o manto tinha formato retangular e era confeccionado com tecidos doados por promesseiros.

A partir do século XX, a confecção ficou sob os cuidados da Irmã Alexandra, da Congregação Filhas de Sant’Ana, até 1973. Desde então, a cada ano, artistas e estilistas diferentes são convidados para criar o manto que renova a fé e a devoção do povo paraense.

Equipe do Manto 2025

  • Desenho e Estilo: Letícia Nassar
  • Bordado: Daniella Guerra, Fernando Machado e Luiz Paulo Ferreira
  • Costura e Acabamentos: Rita Tomé
  • Apoio: Sheyla Craveiro
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Círio 2025
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