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Círio 2023: Corda é sustentável e foi produzida pela primeira vez no Pará

Elemento ganha ainda mais simbolismo por usar fibra de malva cultivada por mais de 100 produtores paraenses

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A corda do Círio de Nazaré tem um valor simbólico inestimável. Este ano, a peça dividida em duas partes iguais para uso nas duas procissões – Trasladação e Círio – é ainda mais especial pois foi fabricada por mãos paraenses.

Confeccionada pela Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), no nordeste paraense, o artigo foi produzido a partir de mais de uma tonelada de fibra de malva, cultivada por mais de 100 agricultores de mais de 20 municípios entre as Regiões de Integração (RI) Guamá e Guajará.

Com cerca de 800 metros de comprimento e 50 milímetros de diâmetro, a peça foi entregue já adaptada às estações de metal que auxiliam no traslado das berlindas durante as romarias.

image Das mãos dos produtores para as mãos dos promesseiros: corda do Círio envolveu processo sustentável (Paulo Cezar / Ag. Pará)

O diretor da CTC, Hélio Meireles, detalha o processo de produção.  "Produzimos a semente, entregamos aos trabalhadores da agricultura familiar e eles fazem a fibra. Classificamos e trazemos para a fábrica, onde ocorre processo de preparação, seleção e depois fazemos a parte de fiação. Feito isso, unimos uma série de cabos e transformamos a corda no tamanho que ela é para atender as diretrizes da diocese", detalha Hélio.

Todo o material utilizado é sustentável e biodegradável. "É inserida na economia circular sem ter perda ou prejuízo ao meio ambiente. Para Castanhal e o Pará todo é orgulho ter uma corda nossa, que vem do solo que a gente habita", acrescenta.

image Fibra de malva foi cultivada em mais de 20 municípios paraenses (Paulo Cezar / Ag. Pará)

A CTC é apoiada pelo Governo do Pará por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineral e de Energia (Sedeme).

O secretário adjunto da Sedeme, Carlos Ledo, explica os diferenciais da malva, conhecida por ser bem mais resistente do que o sisal, usado nas edições anteriores da festividade nazarena.

”Malva é uma planta amazônica, cultivada em várias regiões do Pará. Ela é uma planta com fibra resistente, muito mais resistente que a planta sisal, portanto, a corda este ano vai estar 10 % mais resistente. E o melhor, fabricado por mãos paraenses. As famílias envolvidas na produção da matéria prima estão se sentido totalmente inseridas no Círio de Nazaré. Isto para nós é muito gratificante”, afirmou o secretário adjunto.

Eficiência comprovada

No ano de 2022, o projeto da corda do Círio 2023 foi lançado à Companhia Têxtil Castanhal-CTC. De acordo com o secretário adjunto da Sedeme, Carlos Ledo, a ideia surgiu de forma inusitada.

“Foi durante uma visita técnica de representantes da Sedeme, a convite da CTC, aos campos de malva, na zona rural do município de Monte Alegre, no oeste paraense. Durante o percurso, um dos carros atolou, e chovia muito. Na tentativa de tirar o veículo do atoleiro, foi usada uma corda, que arrebentou várias vezes. Diante de tal situação, me veio a lembrança da história da corda em relação à berlinda, que em suas primeiras edições ficou atolada. Na ocasião, chamei o gerente da CTC, Robson, e lancei o desafio para fabricar a Corda do Círio 2023. Ele aceitou de imediato”, contou o secretário adjunto da Sedeme, Carlos Ledo.

Um protótipo de 50 metros foi apresentado no dia 31 de março, na sede da CTC, ao coordenador do Círio 2023, Antônio Salame. Em seguida o material foi entregue para a Universidade Federal do Pará (UFPA), que realizou vários testes que comprovaram a eficiência do material. Após a entrega dos laudos, foi iniciada a produção da corda.

image Peça religiosa possui 800 metros de comprimento e 50 milímetros de diâmetro (Bruno Carachesti / Ag. Pará)

Para o secretário da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Eduardo Costa, o momento é único, de protagonismo e simbolismo para o Pará. "É uma honra entregar essa corda feita de malva amazônica, mais segura, mais resistente e cultivada por mãos paraenses, que pregam sua fé no Círio. Esse período é considerado a alta estação para o turismo paraense. O valor estimado de turistas é de 80 mil visitantes e uma previsão de 150 milhões injetados na economia, gerando emprego e renda de todas as atividades envolvidas no turismo", pontuou o secretário.

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