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Paraenses contam como é sentir e viver o Círio ao redor do mundo

Em cada continente, devotos mantêm a tradição do segundo domingo de outubro com ajuda da tecnologia

Ronan Frias
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Paraenses que moram em outros estados, países e continentes enfrentam uma grande distância para participar do Círio de Nazaré, em Belém. Por isso, nem todos conseguem estar presentes no dia da grande romaria. No entanto, mesmo estando longe fisicamente, a lembrança do querido segundo domingo de outubro traz um sentimento forte de saudade e pertencimento.

image Ruas de Belém ficam lotadas durante a grande procissão do Círio, no segundo domingo de outubro (Jaime Souza)

A distância pode até parecer intransponível às vezes, mas as redes sociais, a tecnologia e a internet ajudam a diminuir a saudade e a conectar quem está distante com as suas raízes. Através de chamadas de vídeo, fotos e vídeos compartilhados on-line e ao vivo, é possível acompanhar de perto as celebrações e manter a tradição viva.

A seguir, acompanhe um tour de fé em locais onde moram devotos de Nossa Senhora que acompanham o Círio à quilômetros de distância:

Ásia

Vivendo no outro extremo do globo, distante cerca de 16.000 quilômetros em linha reta, a paraense e devota de Nossa Senhora de Nazaré, Thalia Gama, construiu uma família em Singapura, no sudeste do continente asiático, onde o modo de vida é completamente diferente do Pará. Segundo a fiel, mesmo com a adversidade local, a fé e o amor por Maria, permanecem iguais.

“Aqui em Singapura não tem Círio, e de fato nem 1/3 da população é cristã, mas sem dúvida eu tento entrar no clima o máximo possível. Eu tenho na minha porta o cartaz do Círio de 2019 que a minha tia personalizou e me deu de presente. Eu tenho uma imagem da Nossa Senhora de Nazaré aqui também. Sempre que chega outubro, a minha playlist já muda para as músicas do Círio. É sem dúvida nenhuma a época que eu mais queria estar em Belém. Nossa Senhora de Nazaré já operou milagres na vida da minha filha, e, desde então, o sentimento do Círio pra mim é ainda mais forte”, afirmou Thalia.

Oceania

Morando há 4 anos na Oceania, o jovem Paulo Victor Barros estuda Tecnologia de Informação e Sistemas na cidade de Adelaide, na Austrália. Ele destaca que nem os altos custos com deslocamento e os cerca de dois dias e meio de viagem de avião até Belém, o fizeram esquecer o poder transformador vivenciado durante o Círio.

image É da Austrália que o jovem Paulo Victor Barros acompanha as procissões do Círio (Arquivo pessoal)

“Eu lembro que a energia e emoção das pessoas no Círio sempre me contagiaram. Eu me sentia imerso em sentimentos como fé, gratidão, amor, e tudo com muita intensidade. E são sentimentos que independem de qualquer crença, são sentimentos humanos universais, e, ali, era um momento de abraçar e sentir todos eles e se banhar nessa energia”, contou Paulo.

África

A estratégia da Nayana D’Oliveira é visualizar, curtir e comentar todos os passos dos amigos e famílias que aparecerem no perfil virtual da empresária que mora em Moçambique, na África. “Pretendo acompanhar todos meus amigos e familiares pelas redes sociais pra sentir um pouco da cidade e do clima comigo. Ainda estou criando uma rede de amizades aqui, então meu Círio será pelo celular acompanhando tudo e uma chamada de vídeo pra matar a saudade de casa”.

image “Meu Círio será pelo celular acompanhando tudo”, afirma Nayana D’Oliveira, que mora hoje em Moçambique (Arquivo pessoal)

Europa

Apesar da distância física, o amor pela cultura paraense e a devoção à Nossa Senhora de Nazaré são elementos que motivam os paraenses a manterem todas as tradições vivas, como a paixão pelo futebol. “Meu Círio será com muita oração, muita gratidão e muitas energias positivas para todos aqueles que estão na mesma vibração que eu. Colocarei minha camisa comemorativa do Círio do grande Clube do Remo”, avisou Ricardo Cantanhede, que atualmente mora em Portugal.

image Ricardo Cantanhede está em Portugal, só que mesmo longe não vai perder um lance do Círio em Belém (Arquivo pessoal)

Mesmo longe de casa, o Círio de Nazaré é uma celebração que transcende as fronteiras geográficas e une pessoas em diferentes partes do mundo que compartilham o mesmo sentimento de fé e devoção. “A minha relação é de muita gratidão. Sempre me emocionava quando via o povo todo unido em um só objetivo tratando tanto amigos como desconhecidos como irmãos. Tento levar a gentileza e esse sentimento para a minha vida”, destacou Flávio Von-Grapp, diretamente da Bulgária, no leste europeu.

América

Já os paraenses que moram em um local um pouco mais próximo de Belém, ainda no mesmo país, contam com o privilégio de sentar à mesa com conterrâneos para celebrar a data. Essa é a programação que Victor Marques escolheu para realizar com os amigos em São Paulo, capital: “Já tive convites para passar o almoço na cidade onde moro atualmente. E sim, vai ter bastante comida típica vindo direto de Belém”, comemora.

image Victor Marques vai celebrar a data em São Paulo e com o tradicional almoço do Círio (Arquivo pessoal)

VOCÊ SABIA? 

Segundo o Dieese, Belém terá mais de 80 mil visitantes durante a programação da festividade de Nazaré. Essa estimativa representa um aumento de aproximadamente 34% em relação ao número de turistas que estiveram na capital em 2022. Aeroporto e terminal de Belém devem receber 60 mil turistas.
 

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