O Círio e a simbologia das santíssimas imagens de Maria

Nazaré de Mello / Especial para O Liberal

O mês de outubro congrega graças divinas em Belém do Pará, que consagram maravilhas na difusão da fé. A capital paraense é composta por uma população cristã e religiosa. Inegavelmente, a quadra Nazarena exalta o orgulho dos católicos por ostentar a grandiosa festa do Círio de Nazaré. A cidade se enche de beleza por todo canto. As casas, ruas, lojas, expressam o sentimento lírico de devoção a Nossa Senhora de Nazaré ­­– ou da Nazaré, como se diz em Portugal.

A Festa Ciriana foi adaptada aos tempos pandêmicos, porém, seus ícones permanecem. Ganharam uma simbologia humanística nos âmbitos da sociologia e da antropologia, por carrearem elementos emblemáticos como a corda, as fitas coloridas ou as imagens da Santinha coberta por mantos feitos por primorosas mãos. É de suma importância e valioso lembrar que a imagem de um santo tem o significado de reportar profundamente para lembrança de representar quem lá configura, como modelos de vida para todos. Por esta razão podemos tocar, beijar, aplaudir as imagens como gestos de amor e reverência em sublime oração, rogando a Nossa Senhora de Nazaré a qual está em plena comunhão com Cristo no céu, intercedendo por nós junto ao pai em nossos anseios. Para os valores cristãos, o ato de rezar e pedir graças configura uma harmonia perfeita com Deus. No Círio, a imagem peregrina sai às ruas para abençoar os fiéis, fortalecendo a santidade por ser beatificada pelo altíssimo.

Não se pode confundir os ídolos falsos, como bezerros e cobras dos judeus antigos, com as Santíssimas imagens existentes após a vinda de Cristo no novo testamento. O concílio ecumênico de Nicéia, no ano 789, aprovou o uso das imagens como representação de uma pessoa santa.  A adoração deve ser somente para Deus! Aos santos se presta a veneração. À Santa Mãe de Deus o culto de HiperDulia. As procissões completam intensidade pela manifestação Mariana.

A Bíblia defende o uso das imagens, como é possível verificar em vários livros, como por exemplo: 37, 7-9 e 41 = 18; Nn 21, 8-9, Cr 28, 18-19, 2 Cb 3,7; 10-14; e tantos outros que ratificam o poder dos santos e suas figuras humanas. São João Damasceno, afirmou que as imagens deveriam ser sempre belas. E como é linda a nossa Santíssima Mãe de Jesus, esculpida por Giácomo Mussner.  Nesta época podemos ouvir as letras de músicas feitas para celebrar o Círio, os hinos antigos e outras canções recentemente compostas. Todas demonstram agradecimentos às bênçãos advindas da Rainha da Amazônia – como também é conhecida – Na procissão Ciriana, os fiéis conversam com a Mãe de Jesus numa proximidade além da realidade, de plano espiritual de crer na augusta redentora, oferecendo flores e pétalas de rosas para alterciamente exaltá-la.

Os visitantes percebem inabalável devoção à Maria com as diversas minucias que compõem o apreço e gratidão. Nas homenagens dos romeiros expressam em seus lares a vertente da celebração da Palavra de Deus, que o Círio traduz no segundo domingo de outubro.

 

Nazaré de Mello é escritora, pedagoga, membro da Academia Paraense de Letras e Instituto Histórico e Geográfico do Pará

mnaza.ms@hotmail.com

 

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