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Corda do Círio deste ano se destaca como elo de fé e toque regional

Símbolo que liga promesseiros à imagem de Nossa Senhora possui 800 metros e foi produzida no Pará pela 1ª vez

Michel Ribera
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Um dos ícones mais emblemáticos das procissões da Trasladação e do Círio, a corda, representa a ligação direta entre os promesseiros e Nossa Senhora de Nazaré. Em 2023, ela passa a ter ainda mais a fibra do povo paraense. É que a produção dos 800 metros desse elo de fé foi toda feita, pela 1ª vez, no Pará.

“Pra gente, é um orgulho e uma emoção muito grande poder fazer parte desse momento de festa e fé do povo paraense”, fala Robson Torres, gerente industrial da Companhia Têxtil de Castanhal, empresa responsável pela confecção e doação da corda.

image Corda é feita de malva, planta extraída da região nordeste do estado (Divulgação)

Robson lembra que tudo começou ainda no ano passado, durante visita ao município de Alenquer. No meio do caminho, a caminhonete em que ele estava atolou e foi preciso amarrar uma corda para poder tirar o veículo da lama. “Nossa Senhora nos inspirou, senão, íamos passar a noite naquele local. A partir daquele momento, surgiu a vontade de fazer a doação para o próximo Círio”, comemora Robson.

O gerente industrial conta que a malva, usada no processo de produção da corda, vem toda aqui do estado, mais especificamente da região nordeste do Pará, como os municípios de Bragança, Irituia, Santa Luzia e, claro, Castanhal. “Ficamos felizes em poder, além de contribuir para essa grande festa, que é o Círio de Nazaré, em também desenvolver a economia local de pequenas comunidades que nos fornecem essa matéria-prima”, diz.

image Corda foi doada após produção inédita no Pará (Divulgação)

Os devotos que quiserem conhecer a nova corda do Círio, podem conferir em dois lugares: na Estação Padre Luciano Brambilla, no Centro Social de Nazaré, e na Estação das Docas, onde as peças usadas na Trasladação e Círio, respectivamente, ficam expostas até os dias das procissões.

Inesquecível

“Todo esforço vale a pena”, é o que garante o administrador José Maria Rocha Júnior, devoto de Nossa Senhora de Nazaré desde pequeno. Ele conta que todos os anos, sempre acompanhou as procissões com a família, mas em 2007, quando o pai da então namorada, hoje esposa, teve um problema de saúde, ele fez uma promessa pedindo a cura dele através da intercessão de Maria. E, nesse ano, Júnior foi na corda da Trasladação.

image José Maria Rocha Júnior (à direita) pediu pela saúde do sogro, foi atendido e hoje agradece indo na corda durante a Trasladação (Arquivo pessoal)

Para garantir lugar na fila, ele conta que chegou cedo com a namorada e um grupo de amigos, também promesseiros, que poderiam lhe dar suporte nos momentos mais difíceis dessa jornada. “É um sufoco, sim. Não tem como negar. Todo mundo ali não quer sair do seu lugar. Mas quer saber? A gente se pega com nossa mãe em oração e tudo passa. Tem os momentos de cantos mais animados que dão aquele gás para a jornada se tornar mais leve”, diz. 

E é ao longo da romaria que os promesseiros também são homenageados. Recebem aplausos, ganham água e até mesmo apoio físico e emocional, com uma palavra amiga e de incentivo, para não desistir da jornada.

E trazer para casa um pedaço da corda é sempre uma celebração. “Eu consegui trazer um pedaço e dar de presente pra ele. Foi um dos momentos mais emocionantes que vivi ao longo de todos os Círios que já fui”, diz o administrador que continuou indo outros anos na corda, renovando a devoção na padroeira dos paraenses.
 

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