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Brincadeira em família ajuda a enfrentar dificuldades da quarentena

Contexto da pandemia pode ser ressignificado a partir da ludicidade, diz especialista

João Thiago Dias

Em tempos de isolamento social, por conta dos riscos da pandemia da covid-19, muitos pais passaram mais tempo ao lado dos filhos dentro de casa e acabaram descobrindo ou redescobrindo muitas brincadeiras de infância. De jogos mais simples a competições eletrônicas, não faltam opções para fortalecer os laços familiares e amenizar as inquietações diante da quarentena.

O corretor de imóveis Júlio Cesar, de 37 anos, de Belém, tem várias formas divertidas de passar esse tempo de confinamento ao lado do filho, João Heitor, de 7 anos. "Devido à pandemia, passamos mais tempo em casa, pois temos medo. Então procuramos ocupar nossas horas com videogame, jogos, pintura e massinha de modelar", contou Júlio. 

E o passatempo preferido da dupla é o videogame. Com alguns jogos mais clássicos de estratégia e o popular futebol, a rotina ficou mais animada. "Tiro umas duas horas do dia para jogarmos juntos. E jogamos Bomberman, Super Mario World, Futebol. Todo momento com meu filho se torna o melhor momento para mim, e, quando jogamos, fica melhor ainda, pois nós dois gostamos", relatou.

Além de celebrar a amizade em família, os games também se tornam uma opção educativa. "Acho importante, pois essa época irá ficar marcada na memória do meu filho, então o videogame nos aproxima muito, pois os obstáculos que temos que enfrentar nos jogos, nós enfrentamos juntos. É bem divertido, alguns jogos em inglês nos fazem aprender a língua", completou Júlio.

A importância da ludicidade

De acordo com a psicóloga Roberta Flores, de Belém, essa ludicidade ajuda a enfrentar as dificuldades da rotina pesada por conta do novo coronavírus. "Porque a ludicidade acessa a nossa capacidade de abstração. Trabalha a imaginação, trabalha a nossa possibilidade de ressignificar qualquer contexto. E, sem dúvida, ressignificar o contexto dessa pandemia", explicou.

Como esse contexto lúdico é familiar à criança, com jogo, imaginação e faz de conta, acaba promovendo um estreitamento do vínculo entre pai e filho, segundo a psicóloga. "Porque é a maneira mais fácil de acesso à criança. Ajuda a trazer uma leveza para a rotina diária, na conexão entre o adulto e a criança. E na afetividade também, com a criação desse laços e vínculos mais estreitos em família", completou Roberta. 

O Liberal