Mulheres são protagonistas da cultura em Barcarena

Em Barcarena, elas destacam-se por sua atitude e deixam claro que têm plena capacidade de idealizar e implementar as atividades nas quais são protagonistas. A reportagem entrevistou algumas delas e agora abre espaço para compartilhar suas histórias

Fabyo Cruz
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Provavelmente você já ouviu falar em empoderamento, especialmente quando se trata das mulheres. O termo envolve a ideia de as mulheres reconhecerem e buscarem o poder, a fim de promover a igualdade de gênero em diversas esferas sociais, de maneira democrática e responsável. O objetivo é desafiar a tradicional dominação masculina, garantindo às mulheres autonomia sobre seus corpos, sexualidade e liberdade, inclusive no campo da cultura. Em Barcarena, na Região Metropolitana de Belém (RMB), elas destacam-se por sua atitude e deixam claro que têm plena capacidade de idealizar e implementar as atividades nas quais são protagonistas. A reportagem entrevistou algumas delas e agora abre espaço para compartilhar suas histórias.


Di Maravilha (cantora)


Para a cantora Di Maravilha, 35 anos, o que a deixa feliz por meio da sua profissão é levar alegria, força e empoderamento para outras mulheres. Natural de Barcarena, a artista diz que sente-se realizada com o seu trabalho com a música. “Hoje me sinto realizada, e o meu trabalho como cantora é o meu meio de sustento! Claro que ainda tenho um grande caminho a percorrer. Meus objetivos profissionais são gravar videoclipes, set de músicas, canções autorais e ser reconhecida nacionalmente”.

image Di Maravilha: "Hoje me sinto realizada, e o meu trabalho como cantora é o meu meio de sustento!" (Arquivo pessoal)

Di Maravilha envolveu-se no mundo da música depois de conhecer seu marido, que é tecladista, e sempre a incentivou. Ao longo da carreira, ela afirma ter sofrido algumas adversidades por ser mulher, sobretudo, voltadas à questão do assédio: “Tem pessoas que não me levam a sério por eu ser mulher, e, por ser artista independente, enfrento assédio, como piadinhas e, às vezes, toques apertados na cintura ou no ombro”. No palco, a cantora mostra sua personalidade e caráter. Perguntada sobre como ela pode incentivar outras mulheres por meio do seu ofício, ela diz: “Subir no palco, mostrar seu trabalho e, por trás dele, ver que você é aquela mulher batalhadora, mãe, esposa, dona de casa!”.


Francy Botelho (desenhista e quadrinista)


Natural de Barcarena, Francy Botelho, 30 anos, começou a desenhar e criar histórias de fantasia quando era criança, inspirada pelas animações japonesas que passavam na TV no fim dos anos 90. Foi por meio desses programas que ela conheceu os mangás, que são histórias em quadrinhos do Japão, e passou a criar e ilustrar suas próprias histórias.Na adolescência, apesar de amar o meio artístico, ela não conseguia acreditar que poderia trabalhar com as habilidades em desenho. E o fato de ser uma menina de cidade pequena no interior do Pará, onde o mercado praticamente não existia, a fazia acreditar que trabalhar com arte seria impossível.

image Francy Botelho: " “Em 2017, fui convidada a fazer parte de um movimento em Belém, chamado Beco dos Artistas, e foi graças a esse convite que pude lançar minha primeira história em quadrinhos chamada ‘Purpúreo’" (Arquivo pessoal)

Ela conta que na universidade teve contato com vários coletivos artísticos, despertando seu lado profissional e acadêmico para a arte. “Em 2017, fui convidada a fazer parte de um movimento em Belém, chamado Beco dos Artistas, para ocupar o espaço de artistas e quadrinista em eventos geeks da cidade, e foi graças a esse convite que pude lançar minha primeira história em quadrinhos chamada ‘Purpúreo’, na primeira edição do Beco dos Artistas, da Feira Pan Amazônica do Livro, em 2019. Atualmente, continuo trabalhando com design voltado para educação e comunicação. Sou pesquisadora de narrativa ilustrada no mestrado em comunicação da UFPA e faço parte do coletivo de Mulheres Quadrinistas da Amazônia, o Serendi”, disse Francy Botelho.


Nubia Carvalho (bio artesã) 


A artesã Nubia Carvalho, 52 anos, é natural de Belém, porém, há 36 anos, reside em Barcarena. Desde a infância, ela teve contato com a produção de artesanatos por meio da sua mãe,  observando como ela fazia peneira, abano, paneiro entre outros itens. Há oito anos, ela começou a se dedicar mais, e, nesse tempo, fez vários trabalhos manuais, como bordados, feltros, recicláveis, bijuterias e biojoias. Há três anos, a artesã passou a se dedicar às biojoias, que, como ela explica, são joias com materiais sustentáveis, como cascas, sementes, conchas, madeiras, fibras e outros insumos naturais.

image Nubia Carvalho: "Tratar a semente que colhi na natureza, fazer todo o processo e criar uma peça autêntica, ser valorizada, admirada, me faz sentir realizada" (Arquivo pessoal)

“Tratar a semente que colhi na natureza, fazer todo o processo e criar uma peça autêntica, ser valorizada, admirada,  me faz sentir realizada. Em relação à arte, meu sonho é ser conhecida como uma bio artesã, fazer exposições, oficinas, e compartilhar conhecimentos”, diz Nubia. Nubia Carvalho também faz parte de trabalhos sociais com famílias do município de Barcarena, e acredita que pode incentivar outras mulheres, não só na arte como em outras áreas da vida.


Luana Nogueira (trancista)


Natural de Barcarena, a trancista Luana Nogueira, 32 anos, tem expertise em elaborar e zelar por tranças nos cabelos de seus clientes. Versada em variadas técnicas e estilos de trançado, a profissional possibilita àqueles que desejam explorar sua aparência a expressar individualidade e estilo por meio de penteados únicos. “Conheci a profissão de trancista indo para campeonatos de skate e observando vídeos e revistas afros. Me sinto muito realizada como trancista pelo fato de empoderar e exaltar ainda mais a beleza da mulher”, contou a trancista.

image Luana Nogueira: "Me sinto muito realizada como trancista pelo fato de empoderar e exaltar ainda mais a beleza da mulher” (Arquivo pessoal)

“Trabalho como trancista há 17 anos, e sou pioneira como trancista na cidade de Barcarena. Tenho como objetivo continuar inspirando muitas mulheres a iniciar essa a profissão como trancista. E meus sonhos, como profissional, é ter a profissão de trancista reconhecida e valorizada, e poder ter cursos profissionalizantes de trancista nas comunidades de Barcarena”, deseja Luana Nogueira.

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