Banco da Amazônia incentiva desenvolvimento cultural
Só no Pará, já foram aplicados recursos em mais de 700 projetos

Nesses últimos 13 anos, desde 2007, o Banco da Amazônia (Basa) já apoiou em Edital de Patrocínio cerca de 2,5 mil projetos envolvendo R$ 30 milhões de investimentos em toda a Amazônia Legal. Deles, 1,5 mil projetos são culturais com recursos de R$ 9 milhões. E o Pará é estado que mais se destaca nesse segmento na região, já que metade dos projetos na Amazônia contemplam produtores paraenses.
“O Pará se destaca na aprovação dos projetos. O Estado, assim como toda a Amazônia, conta com muita gente talentosa e bons produtores. Percebemos no estado do Pará a maior participação neste tipo de Edital, colocando o estado à frente dos outros em relação à elaboração de projetos”, destaca o coordenador de Patrocínios, Promoção e Gestão da marca do Banco da Amazônia, Ewerton Alencar.
Alencar explica que o banco trabalha com os segmentos social, ambiental, cultural, esportivo, exposições e congressos, e uma das dificuldades que existe com a cultura na Amazônia Legal é auxiliar no desenvolvimento e elaboração de projetos para participação em editais públicos. “O Basa procura trabalhar, por meio de cursos, oficinas e videoconferências com os produtores, para ajudar, ensinar e produzir conhecimento sobre como se monta um projeto de patrocínio. O interesse do banco é que bons projetos sejam patrocinados, mesmo que por outros apoiadores”.
Segundo o coordenador, o objetivo do apoio a projetos de patrocínio nesses diversos segmentos passa basicamente pela defesa da identidade cultural e a missão do Basa de desenvolvimento da Amazônia, que está também ligada ao financiamento e acesso ao crédito de várias formas.
“O Banco da Amazônia entende que a sua missão é de desenvolvimento e fomento da região. Isso se dá não somente a partir da concessão do crédito, embora seja um fator crucial, mas também pela defesa da Identidade Cultural e do desenvolvimento Social, Ambiental e Esportivo. Dessa forma, a missão do banco está intimamente ligada à identidade cultural do seu povo e por isso é reconhecido como um dos maiores apoiadores da cultura da região. Por esse motivo, o Basa entende ser tão importante a manutenção dos editais públicos. No mínimo, 70% dos recursos de patrocínio disponíveis no banco são utilizados em processos públicos, o que dá maior transparência e permite o acesso de mais pessoas ao processo”, esclarece Ewerton Alencar.
Produtores culturais reconhecem que o Basa é um dos maiores patrocinadores da cultura no Pará
O Projeto Circular já está na 33ª edição. E, desde a 8ª edição, foi contemplado com o patrocínio do Banco da Amazônia. “No começo de tudo e mesmo quando não tínhamos o patrocínio do Basa, a Galeria do banco sempre estava aberta para o projeto e para a sociedade conhecê-lo. A partir da nossa 8ª edição, conseguimos o patrocínio do Basa, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e foi fundamental para garantirmos algumas ações”, afirma Adelaide Oliveira, jornalista e coordenadora do Projeto Circular.
Neste ano atípico devido à pandemia da covid-19, o projeto sofreu impactos no seu planejamento. Porém, ainda segundo a coordenadora, com o patrocínio foi possível executar o ciclo de ações educativas e três edições não presenciais. E ainda levar conteúdo e propostas culturais para as plataformas digitais.
“Então, quando o banco aposta no nosso projeto cultural ele dá mais fôlego para que possamos, de fato, executar as ações. O patrocínio vem ao encontro do que a gente acredita mesmo e conseguimos viabilizar nossas ações graças a ele. Temos que exaltar empresas que agem com transparência, que têm esse olhar e cuidado pela cidade e para os projetos culturais, porque têm muitas empresas que poderiam investir e não fazem”, reconhece Adelaide Oliveira.
Ela conta que o Projeto Circular foi criado por um grupo de parceiros e pessoas amigas do Centro Histórico de Belém, capital paraense, que se uniram e pensaram sobre como poderiam revalorizar o espaço. Não somente para eles que estavam lá ocupando o lugar, com ateliês, galerias e moradias, mas referendá-lo como espaço de arte e cultura para toda a cidade.
Como reconhecimento dessas ações, em 2018, o Circular recebeu o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O prêmio mapeia projetos no Brasil alinhados com a preservação histórica e a ocupação dos espaços sem causar danos e valorizando a arte, a cultura e a memória.
Na última edição presencial, antes da pandemia da covid-19, em dezembro de 2019, eram 45 espaços públicos e privados envolvidos no projeto. No domingo em que ele acontece, com 12 horas de programação, atinge mais de três mil pessoas de diversos públicos circulando. Com a pandemia, houve aumento de participação pela internet do público local, nacional e até internacional.
“O apoio do Basa é fundamental para nos ajudar no financiamento e viabilizar a cultura. E isso ajuda a pluralizar as parcerias”, afirma o cantor e intérprete Luís Girard
No Edital de Patrocínio o cantor e intérprete Luís Girard foi um dos contemplados este ano. Girard conta que está na expectativa para o lançamento do CD Colossal, que acontece em um show que ele faz, nos próximos dias, por meio de uma live, com 11 músicas inéditas tendo a parceria de outros artistas locais.
“Estou com todas as expectativas para o show, porque esse CD começou em um edital estadual em 2012 e consegui ser contemplado este ano pelo Basa para a execução do segundo plano de metas do meu projeto chamado ‘Colossal’. Isso foi muito importante, porque é a segunda premiação pública. O edital do Basa e outros editais públicos são fundamentais para nos ajudar no financiamento e viabilizarmos a cultura. E isso nos ajuda a pluralizar as parcerias. Ao final, vamos conseguir mostrar nosso trabalho para público”, comemora Girard.
O CD Colossal é resultado de um projeto de pesquisa e experimentação artística chamado “Nave do tempo – um passeio pelos bailes da saudade”, que estuda o que se produzia de música ao vivo na periferia de Belém nos anos 70 e 80.
A live com o cantor e intérprete Luís Girard acontece dia 21 deste mês, às 20h45, com transmissão ao vivo pelo canal dele no Youtube, e retransmissão pela Rede Cultura de Comunicação, no mesmo dia e horário.
Artista da periferia afirma que sem o apoio do Basa não conseguiria realizar a mostra "As cores da Amazônia Naif"
Quem também está na expectativa de levar a arte e a cultura que produz para o público prestigiar é a artista plástica e pintora Naif Maria José Batista, que nasceu em Belém. Ela foi contemplada no Edital de Pautas e terá suas obras expostas no Espaço Cultural Banco da Amazônia, na avenida Presidente Vargas, em Belém, por meio da mostra "As cores da Amazônia Naif", com abertura no próximo dia 24.
“Pintura Naif é um estilo próprio, são meus traços, meus desenhos sem preocupação de fazer desenho acadêmico, com sombra e luz. É o nosso jeito de nos comunicar, é a nossa identidade. Para a exposição vou levar trabalhos em técnica feita em tecidos de TNT e reciclagens. Vou retratar a fauna e flora da Amazônia, e a parte urbana da região, por meio de pinturas em telas e outros objetos, como estandartes. Quero mostrar às pessoas as belezas da região e os cuidados que ela merece”, afirma a artista.
Para ela, o apoio do Basa é importante pelo fato dela ser uma artista da periferia e agora conseguir realizar um sonho e mostrar ao público sua outra faceta. “Sou uma artista suburbana, moro na periferia do bairro Telégrafo, não tenho boa aquisição financeira e vivo da arte como posso. Então, é muito importante conseguir esse grande apoio do Basa, porque dá pra ver que para fazer uma exposição desse porte não temos condições financeiras, porque é muito caro, é um dinheiro que eu não tenho. Então, estou muito feliz com essa possibilidade de realizar o meu sonho, que é mostrar essa minha outra faceta como artista, porque as pessoas conhecem mais o meu trabalho de pintura. Então, só quero agradecer ao Basa”, retribui a artista.
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