Arcebispo Dom Alberto Taveira passa por procedimento cirúrgico

O Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, de 70 anos, passou, na tarde desta terça-feira (08), por um procedimento cirúrgico de Ressecção Transuretral da próstata (RTU de próstata), por indicação médica, após alguns exames de rotina. A informação foi divulgada pela Arquidiocese de Belém, que destacou que o arcebispo está bem.

"Dom Alberto está bem, hospitalizado e deve ter alta amanhã, quarta-feira, dia 09", informou, em nota. Ainda segundo a Arquidiocese, nos próximos dias, ele ficará em repouso em sua residência. "Pedimos a compreensão pelos ajustes de agendas e compromissos", completou a nota.

O que é RTU de próstata

A reportagem entrou em contato com o urologista Maurício Massulo, de Belém, para explicar o que é a RTU de próstata. O especialista disse que é um procedimento endoscópico feito através da uretra. "A gente passa um equipamento chamado ressectoscópio, que vai raspar a próstata por dentro", contou.

"Comento com os pacientes que é como se a gente tivesse um pão francês, por exemplo, e vamos com o dedo, no caso, seria o ressectoscópio, tirar o miolo do pão. É um procedimento da endourologia [segmento da urologia que dedica-se a instrumentação endoscópica] para tratar HPB, que é a Hiperplasia Prostática Benigna, que é o aumento normal da próstata", explicou o especialista.

Maurício Massulo também detalhou que esse tipo de procedimento é indicado como obrigatório em duas situações: quando o paciente está tão obstruído a ponto de causar obstrução nos rins e insuficiência renal; ou quando tiver pedra na bexiga.

"As outras indicações são chamadas relativas. Por exemplo, o paciente que vai acompanhando anualmente a próstata e vai apresentando piora progressiva dos seus sintomas, apesar de tratamentos clínicos, e aí se indica a ressecção transuretral da próstata", pontuou.

Sintomas

Os sintomas de uma próstata aumentada são divididos em dois grupos, conforme esclareceu o especialista: sintomas obstrutivos e irritativos. "Nos obstrutivos, a hesitação urinária, onde demora para sair a urina. O jato intermitente, ou seja, não é único do começo ao fim. Quando termina, sente que a bexiga não esvaziou. Ou o gotejamento terminal, que é quando o sujeito termina de urinar e molha muito a roupa", disse. 

"E nos irritativos, a pessoa acorda várias vezes à noite para urinar. Tem urgência, com vontade forte de fazer xixi e nem sempre dá tempo. Dói ou arde para fazer. E a frequência não só à noite, mas também ao dia. Cabe ao médico estabelecer se o paciente tem sintomas leves, moderados ou intensos", completou Maurício.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, a avaliação deve ser feita para todos os homens a partir dos 50 anos e para homens com histórico de câncer de próstata a partir dos 45 anos. "Mas vale ressaltar que esses sintomas são de HPB, o aumento benigno. O câncer de próstata, por sua vez, não causa sintoma nenhum, e é por isso que ele deve ser rastreado", finalizou o urologista Maurício Massulo.