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Walace Gomes Leal: Medicina popular oferece esperança no tratamento de doenças do sistema nervoso

Neuropatologia experimental pode usar extratos de plantas da Amazônia ou outros componentes bioativos

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O potencial médico encontrado na diversidade da Amazônia tem guiado o dia a dia de pesquisas científicas voltadas para o sistema nervoso. Walace Gomes Leal, professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e doutor em Neuropatologia Experimental, destaca que os resultados obtidos com a utilização de compostos naturais no tratamento de Parkinson e do AVC (Acidente Vascular Cerebral) têm sido positivos. Os avanços estão sendo analisados em um laboratório credenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e trazem boas perspectivas para a medicina amazônica, além de representarem esperança a pacientes e familiares.

Como a neurociência tem se beneficiado do estudo de extratos de plantas da Amazônia, e quais são os potenciais benefícios para a medicina e para a pesquisa científica?

Um dos ramos da Neurociência, a neuropatologia experimental, pode usar extratos de plantas da Amazônia ou outros componentes bioativos para investigar os efeitos desses produtos naturais sobre lesões do sistema nervoso. Pode tratar animais que tiveram AVC, Parkinson, Alzheimer experimentais com compostos naturais da Amazônia e ver se o tratamento melhora a lesão.

A Amazônia é uma região rica em biodiversidade. Como os cientistas estão identificando e isolando compostos de plantas que podem ter aplicações terapêuticas para o sistema nervoso?

Alguns grupos de pesquisa testam produtos naturais da Amazônia em modelos de doenças do sistema nervoso. Temos feito isso em modelos de doenças agudas, como AVC, bem como crônicas, como Parkinson. Nestes, encontramos que compostos naturais da Amazônia diminuem a lesão neural. No início, utilizamos pistas da medicina popular para nortear os estudos.

O investimento em pesquisa científica na região amazônica é fundamental para explorar seu potencial biomédico. Como você vê o financiamento e o apoio à ciência na Amazônia e quais desafios existem nesse contexto?

O investimento em pesquisa científica e inovação é fundamental. Temos muitas iniciativas interessantes do Sebrae e de outras instituições para desenvolver a inovação na Amazônia, como o Inova Amazônia, do qual fomos beneficiados. Existem várias ações em bioeconomia.  Infelizmente, o governo do nosso estado não está cumprindo com suas promessas de investir em ciência e tecnologia. Por exemplo, o Startup Pará não foi pago.

A etnobotânica desempenha um papel importante na descoberta de novos compostos a partir de plantas amazônicas. Como as comunidades locais e o conhecimento tradicional estão sendo incorporados à pesquisa?

E etnobotânica é fundamental. A medicina popular fornece pistas de produtos naturais que podem ser investigados utilizando o método científico. As comunidades locais muitas vezes fornecem a matéria-prima para as pesquisas e também devem ser beneficiadas com royalties. Um dos nossos neuroprotetores foi desenvolvido de uma semente muito usada pelas comunidades ribeirinhas.

Quais são as perspectivas futuras para a pesquisa em neurociência e o uso de extratos de plantas amazônicas na medicina e como isso pode impactar a saúde global?

As perspectivas são excelentes. Temos um neuroprotetor natural sendo testado em um laboratório credenciado pela Anvisa. As pesquisas desse produto foram feitas por muitos anos na UFPA e depois na Ufopa. Em breve, enviaremos um relatório pedindo a autorização da Anvisa para testarmos em humanos que tiveram AVC, além de pacientes com doenças de Parkinson e Alzheimer. Esse produto é derivado de uma planta muito usada na Amazônia.

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