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Seção de Jornais Antigos da FCP guarda memórias de O Liberal e da história do Pará

O acervo contém uma fonte inestimável de conteúdo que auxilia diversas profissões em pesquisas e resgate de períodos históricos do estado

O Liberal

Em tempos de avanços tecnológicos, aplicativos e notícias ao alcance de um click, pode parecer estranho falar do jornal impresso, um meio de comunicação que perdura há séculos no mundo. Mas ainda há aqueles que não dispensam folhear as páginas de notícias todas as manhãs. A mídia impressa, além de ressignificar a sua importância diariamente e se adaptar às constantes mudanças na forma de se comunicar, também é um dos principais meios para pesquisa de estudantes e profissionais de diversas áreas. Com 75 anos de história, O Liberal é o jornal mais buscado para pesquisas no Centro Cultural e Turístico Tancredo Neves (Centur).

Em Belém, a Biblioteca Arthur Vianna, da Fundação Cultural do Pará (FCP), localizada no Centur, abriga os setores de Obras Raras, Microfilmes e Jornais. É na Seção de Pesquisas de Jornais Antigos que o público imerge em milhares de exemplares com páginas amareladas e que contam a história do Pará com riqueza de detalhes. Desde 2011, a instituição desenvolve o projeto de digitalização de diversos materiais para preservar a estrutura física e os disponibiliza pelo site e em formato de microfilmes, disponibilizados na biblioteca.

image Ranulfo Fiigueiredo, há 22 anos, auxilia visitantes do Centur a localizar arquivos do jornal O Liberal (Thiago Gomes / O Liberal)

O responsável pela Seção, Ranulfo Figueiredo, atua nessa área desde 1975 e é a pessoa que melhor conhece o espaço. É responsável pela organização dos materiais e pelas orientações a visitantes. "O público que mais frequenta o local são estudantes que estão concluindo graduação, mestrandos e doutorandos. Além de pesquisadores que estão escrevendo livros. O jornal é a fonte de pesquisa primária. É o que traz a notícia como realmente aconteceu. Depois de uma vasta pesquisa em livros e revistas, os pesquisadores procuram no jornal a fidelidade daquilo que ocorreu", conta o servidor público.

Os temas mais procurados pelo público são acerca do Ciclo da Borracha, as questões econômicas e sociais desse período e histórias sobre o ex-governador Magalhães Barata, afirma Ranulfo. Segundo ele, apesar do avanço tecnológico nos veículos de informação, o jornal ainda é uma fonte interessante para pesquisa. "O saudoso jornalista João Carlos Pereira vinha muito aqui. Os recortes de diversas épocas sobre o Círio o ajudaram a construir todo o conhecimento sobre a festividade Nazarena. O jornal impresso é uma experiência in loco dos acontecimentos e depoimentos de personagens", acrescenta.

História do Pará

Para o historiador Aldrin Figueiredo, a imprensa possui uma longa história e o jornal escrito, além de impresso, está em outras plataformas digitais e de áudio, mas a impressão em papel, acredita ele, sempre terá espaço. Ele complementa que por meio do jornal, o pesquisador tem acesso às informações sobre o passado, mas não somente a fatos que aconteceram, mas também a opinião de diversos setores da sociedade.

"O jornal é uma fonte de pesquisa histórica. Certamente é uma das mais importantes e requisitadas pelo historiador. Hoje em dia, com a plataforma digital da biblioteca nacional, com a hemeroteca, milhares de pesquisadores têm acesso aos jornais paraenses do século XIX", explica o pesquisador.

O especialista acrescenta que é necessário incentivo nas bibliotecas para atrair leitores e mais pesquisadores. "O leitor de hoje poderá levar um susto, pois somente entre no primeiro século de existência da imprensa no Pará, chegou a circular mais 300 jornais na capital e interior, entre diários, semanários e pequenos panfletos de reduzidíssima tiragem. Segundo Remijio de Bellido, um antigo estudioso do assunto e que foi diretor da nossa biblioteca pública, entre 1822 e 1908, portanto em menos de um século, circularam no Pará, cerca de 730 jornais, dos quais 722 foram impressos em português, 4 em espanhol, três em italiano e um em francês", exalta Aldrin.

Preservação da história e credibilidade

A história do jornal O Liberal e Amazônia estão guardados no dia-a-dia do paraense e nos arquivos da Seção de Pesquisas de Jornais Antigos. Em microfilme, de maneira digitalizada, o jornal O Liberal está catalogado desde a primeira edição, de 15 de novembro de 1946, até a edição de 31 de dezembro de 1989. A partir de 1990, está no aspecto físico. Já o jornal Amazônia, está registrado desde a edição do dia 10 de maio de 2000.

"O jornal O Liberal somou com a preservação da história. Ainda é um dos principais veículos de comunicação do estado e se consolidou com credibilidade e inovação. Uma fonte de pesquisa significativa e leitura de nossas vivências", afirma Ranulfo Figueiredo. Já para o historiador, um jornal com 75 anos é motivo de comemoração. "A imprensa forte é um sinal de democracia", finaliza.

(Karoline Caldeira, estagiária sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)

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