Reitor da UFPA defende participação de todos os setores sociais no desenvolvimento da Amazônia

"A Amazônia é um território de muitas riquezas, mas, paradoxalmente, de muitas carências e violências contra as suas populações", afirma o reitor da Universidade Federal do Pará, Emmanuel Zagury Tourinho

Dilson Pimentel
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A Amazônia é um território de muitas riquezas, mas, paradoxalmente, de muitas carências e violências contra as suas populações. É o que afirma o reitor da Universidade Federal do Pará, Emmanuel Zagury Tourinho.  “Para que se promova um aproveitamento sustentável das riquezas, com inclusão e qualidade de vida para as populações, será essencial que todos os setores da sociedade amazônida participem do debate e do esforço por um novo projeto de desenvolvimento regional”, afirmou.

Ainda segundo o reitor, a Amazônia enfrenta desafios significativos em termos de sustentabilidade e desenvolvimento econômico. Para ele, o jornalismo na Amazônia tem papel fundamental a desempenhar, trazendo à discussão o entendimento das populações locais sobre o que é a nossa realidade e o que deve ser um projeto de desenvolvimento regional, especialmente dando voz às pessoas que aqui vivem, para que possam participar ativamente dos debates públicos sobre as políticas a serem implementadas na Amazônia.

O reitor afirmou ainda que o jornal O LIBERAL tem cumprido a missão de colocar em debate as questões amazônicas, incluindo a realidade das populações locais, e realiza essa tarefa em diálogo permanente com a Academia, que é um setor importante porque produz o conhecimento científico sobre os problemas da Amazônia.

“Na cobertura que o jornal realiza, um dos temas que merece muita atenção é o problema fundiário na região, a necessária garantia da terra às populações que aqui têm vivido por décadas e cuja sobrevivência depende da permanência neste território”, afirmou. “Também merecem destaque as grandes questões sobre a vida urbana na Amazônia – afinal, 80% da população da Amazônia vive nas cidades. As peculiaridades dessas cidades, vilas e territórios onde vivem as nossas populações, devem ser observadas, para que se possa pensar em projetos que levem em conta o que é próprio da nossa realidade”, completou.

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“Nossa conversa e nosso agir, portanto, é tão local, como nacional e internacional”, diz diretor do ‘Emílio Goeldi’

A sociedade brasileira, especialmente a sociedade dos estados do Norte do país, tem o enorme desafio de buscar as bases para um desenvolvimento socioambiental sustentável na Amazônia. É o que afirma o diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi, Nilson Gabas Junior. Segundo ele, essa não é só uma questão prioritária. “Ela é vital, em dimensões distintas, tanto para todos os que habitam a região, como também para os que são afetados pela Floresta e pela Bacia Amazônica - e quando chegamos nesse ponto estamos falando do planeta Terra. Nossa conversa e nosso agir, portanto, é tão local, como nacional e internacional”, disse.

Nilson Gabas Junior disse que as questões relacionadas ao desafio que têm as dimensões amazônicas são mega diversas, sob qualquer ponto de vista - biológico e sociocultural - e estão interrelacionadas. “Nas várias escalas de debate público o que não pode faltar são dados, informações consolidadas e o desejo de dialogar. Reportar o que acontece, apresentar temas, circular informações, ouvir e dar voz aos personagens encadeados em disputas de interesse é um papel essencial do jornalismo, que funciona como arena pública para debates de grande interesse público”, afirmou.

Essa função de reportar o cotidiano e debater grandes temas é ainda mais importante hoje, na realidade impactada por desinformação, notícias falsas e tendência de hegemonizar os diferentes, acrescentou. “Precisamos do aporte de profissionais do jornalismo especializados na identificação e análise de fatos e das estruturas que propiciam os acontecimentos. Precisamos também que os veículos jornalísticos estejam abertos e inclusivos para absorver os olhares e falas distintas dos segmentos sociais que fazem e contam as histórias amazônicas”, completou.

Ainda segundo o diretor do “Emílio Goeldi”, a Amazônia há milênios é uma região plural de intensas trocas culturais. “A riqueza de línguas, cultura material, experiências, saberes e fazeres é uma prova concreta dessa riqueza. As coleções e pesquisas científicas do Museu Paraense Emílio Goeldi e de outras instituições congêneres no Brasil e no mundo, e as comunidades indígenas e tradicionais atuais também atestam esse fato”, afirmou.

“Nosso desafio contemporâneo é reconhecer, aprender, ouvir, interagir, dialogar e construir com o melhor conhecimento disponível pela Ciência, da sabedoria dos povos originários e tradicionais, da experiência dos empreendedores das várias áreas e com a capacidade de legisladores e gestores. Que o Jornal O LIBERAL seja um espaço privilegiado desse encontro democrático. Parabéns aos dirigentes e a população do Pará pelos 77 anos deste veículo noticioso. Agradeço os mais diversos instantes que o jornal abriu oportunidades para a cobertura do conhecimento produzido pelo Museu Goeldi. Que venham mais 70 anos”, acrescentou.

 

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