Rádio dá voz aos presidentes do País

TRANSMISSÃO - Meio de comunicação se populariza no Brasil República e chega a todas as classes sociais

Alinne Morais

O rádio surge no Brasil, oficialmente, em 7 de setembro de 1922, e foi inaugurado para lançar o centenário da Independência do Brasil. O pronunciamento do então presidente da época, Epitácio Pessoa, e a execução da obra “O Guarani”, de Carlos Gomes, marcaram o momento histórico. De baixo custo e acessível a todos, o meio de comunicação se popularizou na sociedade. Além disso, foi ainda utilizado como instrumento político ao longo da República.

“Sempre tivemos o rádio como importante ferramenta utilizada pelos governantes”, destaca Rodolfo Marques, professor de comunicação e doutor em ciência política. Ele lembra ainda que o canal de comunicação é um espaço de debates, pronunciamentos oficiais, transmissão de propaganda eleitoral gratuita, por exemplo, até os dias atuais.

Nesse contexto, Getúlio Vargas foi um dos presidentes que mais utilizou o rádio. Em 1935, ele instituiu o “Programa Nacional”. Idealizado por Armando Campos, amigo de infância do então presidente, a programação exaltava os feitos do governo de Getúlio. “Vargas talvez tenha sido o político brasileiro que melhor soube utilizar a estrutura radiofônica e as características do rádio ao seu favor”, afirma Rodolfo.

Em 1938, o programa passou a ser chamado de “Hora do Brasil” e a transmissão começou a ser obrigatória em todas as emissoras, sempre de 19h às 20h. Foi somente em 1971, durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici, que assumiu a identidade de “A Voz do Brasil”. Hoje, além de notícias do executivo, traz também informações do legislativo, judiciário e órgãos governamentais.

PARÁ

No Pará, o rádio chega na década de 20. A Rádio Clube do Pará foi a primeira emissora do Estado e a quarta do país. Posteriormente surgiram outras, como a Difusora - atual Liberal AM; Marajoara; rádios de cunho religioso; e outras. Até as décadas de 60 e 70 as emissoras eram AM, de amplitude média. É apenas a partir da década de 70 que surgem as FMs, as de frequência modulada.

No início, eram comuns programas de auditório, entretenimento, participação do ouvinte, prestação de serviços, transmissão de esportes e, posteriormente, promoções. O viés político também não foi deixado de lado e lideranças como Magalhães Barata usaram o rádio a seu favor.

DIGITAL

A partir dos anos 2000, com a expansão da internet, o meio precisou se reinventar. Muitas rádios migraram para o cenário digital e surgiram ainda podcasts e aplicativos musicais. Mesmo no novo cenário, o veículo persistiu. “Eu diria que o rádio é a mídia que mais perfeitamente se integra com as características da internet, principalmente na difusão, geração de conteúdos, integração e participação política”, explica Rodolfo. “E como a internet é muito rápida mas não é acessível a todos e o rádio é rápido, e este sim, é acessível a todos, acaba sendo uma parceria interessante, uma complementaridade entre os meios.”.

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