Jornalistas de O Liberal relembram grandes eventos e coberturas em 76 anos de jornalismo

Além do registro dos fatos históricos dos últimos 76 anos, os profissionais de imprensa analisam as transformações da forma de levar notícias aos leitores, como, por exemplo, os conteúdos multimídia

Laís Santana
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A história de O Liberal é escrita diariamente com a participação de mais de 90 funcionários que ocupam a redação do periódico. Entre jornalistas, fotógrafos, editores, diagramadores e coordenadores, muitas memórias foram acumuladas ao longo dos 76 anos de existência do jornal, dos colaboradores mais novos e, principalmente, aqueles que tem mais tempo de casa.  

A redação de O Liberal foi o primeiro local de trabalho do jornalista Dilson Pimentel, que ingressou na equipe de reportagem em 10 de janeiro de 1990. Passados 33 anos, o repórter guarda na memória coberturas que marcaram a sua trajetória. 

"Uma das matérias mais marcantes pra mim foi a queda de um avião em Altamira, em que morreram mais de 20 pessoas, em 1990. Eu tinha apenas seis meses como repórter. E fiz essa cobertura com o saudoso fotógrafo Ary Souza", relembra. 

Entre 2006 e 2007, duas reportagens se tornaram inesquecíveis para Pimentel: o assassinato dos irmãos Novelino, crimes praticados com violência e premeditação, em 2007, e a cobertura jornalística do caso que ficou conhecido como o Maníaco da Ceasa, o serial killer que, entre dezembro de 2006 e março de 2007, matou três adolescentes, nas matas da Ceasa. Ambos os crimes em Belém. 

Mais recentemente, em maio deste ano, Dilson guarda lembranças da reportagem feita em parceria com o fotógrafo Tarso Sarraf, em três municípios do Marajó, para mostrar o cenário atual da pandemia, fazendo um paralelo com o auge dos casos de covid, nessas mesmas cidades, dois anos atrás.

"Hoje fico feliz em fazer reportagens que contribuam para melhorar a qualidade de vida das pessoas, com a resolução de problemas, por exemplo, na área de saneamento, saúde e habitação", declara. 

Mudanças 

Faz parte do dia a dia do profissional de imprensa o famoso "sair da rotina", devido ao dinamismo da profissão. E não saria diferente para jornalista Marly Quadros, que compõem a redação de O Liberal desde 2007. Quadros já ocupou diversos cargos como reportagem, edição, chefia de reportagem, coordenação e, atualmente, é editora do caderno de cultura. 

Ao relembrar os casos mais marcantes que cobriu, a editora garante que foram as matérias que a tiraram do lugar-comum. "Um pouco mais recente, eu lembro que foi um dos últimos casos que acompanhei e ajudei a escrever, foi o caso da menina que foi estuprada dentro da cela de uma delegacia onde estava presa com outros 20 homens nomes. Fomos até a cidade, encontramos a casa da mãe da adolescente e conseguimos apurar algumas coisas. Eu gostava muito de fazer esse trabalho de sair um pouco da rotina. A gente passa por muita coisa, principalmente quem está na reportagem e vai pra rua, acaba que vivenciamos muita coisa", pontua. 

Marly ainda ressalta que com o tempo a comunicação foi se reformulando e a internet exigiu que o jornal impresso se adaptasse. "A chegada da internet foi o que trouxe e continua trazendo mudanças para comunicação como um todo. Com a internet veio a necessidade de ter tudo em tempo real e o jornal impresso traz a notícia no dia seguinte. Então, essa adaptação que os jornais impressos estão vivendo hoje por conta da internet é a principal mudança que nós estamos vivenciando e acredito que alguns veículos, como é o caso do O Liberal, conseguiram se adaptar bem, conseguiram construir uma plataforma grande de portal de notícias que traz essa questão, a necessidade do imediatismo, mas também conseguiu manter o seu jornal impresso relevante", destaca a editora. 

Experiência

O fotojornalista Sidney Oliveira teve a oportunidade de ingressar no jornal O Liberal no dia 6 de janeiro de 2000, com o objetivo de ocupar uma vaga no núcleo de Fotografia. Como não haviam vagas disponíveis na época, ele aceitou uma vaga para motorista já conhecendo a cultura da empresa de oferecer oportunidades para os funcionários. Enquanto isso, buscou aperfeiçoamento na área até que surgiu a vaga de fotógrafo de O Liberal. 

Oliveira compôs o time de colaboradores da redação até 2010, quando precisou ser desligado da empresa, voltando a ser contratado em 2021. Somando os dois períodos, o fotojornalista colecionou coberturas difíceis e desafiadoras, como a queda do edifício Real Class, na trav. Três de maio, e a chegada dos assassinos da missionária Dorothy Stang. 

"Quando o tinha é uns quinze anos eu acompanhei a cobertura jornalística da queda do edifício Raimundo Farias quando desabou. Eu saia do colégio todo dia ver, eu via o Ary, vi essa galera da antiga fazendo a cobertura e me imaginava fazendo essa cobertura. E quando foi dia 29 de janeiro de 2011, que destacou o Real Classe, um fato muito triste, eu fiz a cobertura e isso me marcou muito.  Fomos a primeira equipe a chegar no local, ninguém sabia, nem mesmo os Bombeiros, quantas pessoas estavam embaixo dos escombros. Então foi um desafio, tanto da questão emocional e por relembrar aquela parte do Raimundo Farias. E o outro desafio profissional foi quando chegaram os mandantes da irmã Dorothy Stang. Então, quando eles chegaram era um desafio porque você tinha que fazer a foto, aí foi tudo muito rápido. Naquele momento eu senti um frio na espinha e que aquela era a pauta", relembra. 

Sidney ressalta a importância do profissional de imprensa para a sociedade. "A gente vê o nosso papel como jornalista, fotojornalista, seja qual for a área no jornalismo, principalmente aqui na Amazônia, a importância que tem da gente fazer um bom jornalismos pra poder gerar uma boa reflexão para sociedade", conclui. 

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