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Arte Pará: projeto ajudou a formar a “Visualidade Amazônica”

Romulo Maiorana despertou a sensibilidade do público por meio da função social da arte

Bruna Lima
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Os 76 anos do jornal O Liberal se confundem em grau de importância com os 40 anos do Arte Pará, que juntos, contribuem para a construção de um movimento artístico autêntico da Amazônia. 2022 é mais um ano em que essas instituições seguem consolidadas, ativas e que estão em constante renovação. 

Enquanto O Liberal já tinha uma tradição de mais de três décadas, em 1982, surgiu a primeira edição do Arte Pará, pela Fundação Romulo Maiorana. O jornalista Romulo Maiorana reuniu artistas plásticos em uma exposição de um mês no antigo prédio do jornal O Liberal, em Belém, inicialmente chamado Salão Liberal. E para essa edição de estreia contou com artistas paraenses e convidados especiais como Benedicto Mello (pintura), João Pinto (escultura), Pedro Pinto (fotografia) e Ruy Meira (cerâmica).

Em um momento da história em que a Amazônia não gerava expectativas em âmbito global, Romulo Maiorana despertou a sensibilidade do público por meio da função social da arte, a partir de um espaço de encontro e estímulo aos artistas. O curador Paulo Herkenhoff tem uma longa história com o projeto desde a década de 80 e destaca as primeiras impressões e algumas curiosidades ao longo desses anos de tradição.

A história de Paulo com o projeto começou na segunda edição do Arte Pará, ele recebeu o convite de Romulo Maiorana e desde esse momento as relações se estreitaram e ficaram consistentes. "Fui a Belém para assistir o segundo Arte Pará. Desde então não parei mais, Romulo Maiorana me convidou por indicação de Calilo Kzan Neto, que foi meu colega na PUC do Rio de Janeiro", explica.

Sobre a primeira impressão do projeto ele diz: "a minha primeira impressão foi muito contraditória. Eu estava envolvido com arte de vanguarda no Rio e o Arte Pará me pareceu provinciano, com muitos artistas fracos, salvo algumas exceções. No entanto, também percebi que havia uma vontade muito grande da parte do Romulo Maiorana em criar um novo espaço para a arte no ambiente paraense".

Paulo Herkenhoff completa que foi o primeiro contato com o que viria ser a corrente artística "Visualidade Amazônica", que depois se firmaria como um dos mais importantes movimentos estéticos brasileiros da década de 80. "Aquele Arte Pará contradisse o crítico Wilson Coutinho e me fez compreender com o trabalho de Emanuel Nassar sobre a relatividade da cultura em cada sociedade ou espaço geográfico", avalia.

Fazendo uma análise de um primeiro momento do Arte Pará, Paulo destaca que desde o fim da década de 1980 até 1996, foram muitos os saltos político/culturais do projeto de arte. "O primeiro foi olhar a arte paraense com critérios críticos rigorosos e sem paternalismo. Só assim, a cultura paraense faria avanços na cena brasileira", destaca. 

O Arte Pará foi a primeira iniciativa no Brasil a reconhecer o movimento da "Visualidade Amazônica", a reconhecer a excelência estética da fotografia de Belém e a justapor em condições de igualdade na apresentação de artistas amazônicos e das demais regiões do Brasil. E nessa trajetória, o jornal O Liberal esteve ativamente atuando ao lado do projeto.

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