Romeiros da Corda ensinam o exemplo da resiliência e da gratidão à Nossa Senhora

Devotos relatam a emoção de caminhar ao lado da Berlinda com a Imagem Peregrina e de levar para casa um pedaço desse símbolo da fé mariana na Amazônia

Eduardo Rocha e Ana Laura Carvalho
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O pedagogo Carlos Henrique Oliveira, 51 anos, saiu em procissão no Círio 2025 desde a Catedral Metropolitana, no bairro da Cidade Velha, até a chegada da Berlinda com a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré à Praça Santuário. Ele acompanha a romaria desde os 16 anos de idade na Corda do Círio . “Eu vim firme e forte na Corda. Tem momentos em que a gente pensa que não vai aguentar, que falta o ar, que gente se emociona, que dói o peito, dói o ombro, mas com fé, Nossa Senhora de Nazaré dá a força que falta para que a gente complete a caminhada”, destacou Carlos, durante a caminhada de fé pelas ruas de Belém. Semelhantes a ele, milhares de devotos se comprimiram na Corda para agradecer por graças alcançadas com a intercessão da Rainha da Amazônia. A relação dos paraenses com esse símbolo da fé mariana se fortalece nas ruas de Belém, como se viu no Círio deste ano.

Guardas distribuem corda do Círio

Desde o atrelamento ainda no Boulevard Castilhos França, que marca o elo entre os devotos e a Berlinda com a Imagem Peregrina na procissão, a emoção predominou entre os romeiros. Após duas horas de caminhada dos fiéis, já perto do término das procissão, a Corda foi cortada. O corte, como confirmou a Diretoria da Festa de Nazaré, ocorreu nas estações 4 e 5. E, então, romeiros se dividiram para levar um pedaço da Corda para casa como lembrança desse símbolo da festa.

Entre os romeiros predominou o sentimento de gratidão à Santa por muitas coisas boas que aconteceram na vida de cada um deles, como na de Carlos Henrique. “Eu vim agradecer à Nossa Senhora por ter olhado por mim e por estar me acompanhando todo esse tempo, dentro da minha profissão, na educação (em Cotijuba), e isso me deixa muito emocionado, com muito mais força para trabalhar com as crianças e estar renovando essa fé”, disse Carlos, que largou a Corda na avenida Nazaré, perto da sede do Clube do Remo. Ele levou um pedaço desse símbolo de fé para casa.

Emoção forte também sentiu Edilson Costa, integrante da Guarda de Nazaré. Ele distribuiu pedaços da Corda para os devotos. “Isso é muito gratificante, porque é um sentimento de muito amor e carinho. E Nossa Senhora sempre nos fortalece”, destacou, em seu primeiro ano como Guarda.

“Na Corda fica a energia da fé das pessoas”, destacou a professora Ivaneide Coelho Santos. para Raione Silva, 35 anos, pedagoga, atuou na Guarda de Apoio, a partir do Distrito de Icoaraci. “Todos os anos, eu me disponho a vir aqui. É um sentimento muito grande estar levando um pedaço desse símbolo do Círio, geralmente eu envio para a minha família, em Fortaleza (CE). É levar um pedacinho do Círio, da emoção que a gente sente aqui para que eles possam sentir lá”, disse a devota.

A Corda do Círio de Nazaré foi confeccionada pela Companhia Têxtil de Castanhal pelo terceiro ano consecutivo em 100% de malva amazônica (fibra) e mede 400 metros. Ao todo, são 800 metros de Corda: 400 para a Trasladação e 400 para a Grande Romaria do segundo domingo de outubro. Antes, a Corda era confeccionada em sisal no Estado de Santa Catarina.

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