Ortopedista de Belém lista dicas e orientações para evitar dores e complicações no joelho
Ortopedista Erick Nunes, de Belém, ressalta que inflamações estão entre os principais problemas que afetam o joelho.

Após uma lesão grave no joelho, Gracyanne Barbosa deixou o “Dança dos Famosos” e passou por cirurgia. O caso acende um alerta sobre a importância dos cuidados diários com essa articulação. O ortopedista Erick Nunes, de Belém, ressalta que inflamações estão entre os principais problemas que afetam o joelho e enfatiza que medidas preventivas e hábitos saudáveis são fundamentais para evitar dores, inflamações e complicações que possam comprometer a mobilidade a longo prazo.
O ortopedista Erick Nunes reforça que existem problemas inflamatórios que afetam o joelho, como artrites, sinovites e tendinites. Ele também destaca os problemas traumáticos, comuns em praticantes de esportes, que podem sofrer torções no joelho, resultando em danos a ligamentos, meniscos e cartilagem. Além disso, aponta patologias relacionadas ao envelhecimento, como a artrose, caracterizada pelo desgaste articular, que compromete o sistema de amortecimento, hidratação e lubrificação da articulação.
“Nosso cotidiano, comportamento, tratamento e hábitos influenciam diretamente o esforço aplicado ao joelho. Por exemplo, quem utiliza escadas repetidamente pode ter um desgaste mais rápido da articulação. Da mesma forma, praticantes de atividades físicas muito intensas, com cargas inadequadas, também podem desenvolver problemas. Atletas muito competitivos, que submetem o joelho a grande estresse, têm maior risco de torções e lesões”, detalha o ortopedista.
Segundo Nunes, o peso corporal e doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e sobrepeso, também interferem na saúde e longevidade do joelho. “O ideal é usar a palavra moderação. Exercícios realizados com equilíbrio fortalecem a musculatura sem causar danos à articulação. É fundamental contar com a orientação de um profissional habilitado, um fisioterapeuta ou educador físico, que indique o tipo mais adequado de atividade física, garantindo saúde e preservação das articulações”, recomenda o médico.
Sinais de alerta
De acordo com o médico Erick Nunes, quando a saúde do joelho não está boa, alguns sinais merecem atenção, sendo a dor um dos principais. Se essa dor for persistente, não melhorar em uma semana ou dez dias - especialmente se não houver alívio com o uso de medicação - o ideal é procurar um especialista para avaliação da articulação. “Outro sinal importante é o calor. Se a articulação estiver quente e vermelha, é um indício de inflamação”, explica o especialista.
“Também é preciso observar o derrame articular. Um joelho inchado pode indicar excesso de líquido dentro da articulação, o que caracteriza um sinal inflamatório. O mais indicado é procurar um profissional de atendimento primário, como um médico ortopedista ou um fisioterapeuta, para uma análise inicial. A partir daí, devem ser realizados exames complementares para alcançar um diagnóstico precoce”, acrescenta Nunes.
Tratamentos
O ortopedista explica, ainda, que, ao identificar problemas no joelho, a maioria dos casos tem tratamento clínico e não requer cirurgia. Ele afirma que, com o uso de medicação, fisioterapia e reforço muscular, na maioria das vezes é possível regredir o quadro de dor. “Nos casos refratários ao tratamento clínico, quando o paciente sofre com muita dor ou a articulação já está deformada, podem ser realizadas cirurgias. Existem cirurgias de pequeno, médio e grande porte, incluindo a reconstrução ou substituição da articulação do paciente”, pontua.
“Cada cirurgia é desenvolvida para tratar um problema específico. Por exemplo, lesões pequenas no menisco ou cartilagem podem ser tratadas com uma mini cirurgia chamada artroscopia. Já as lesões ligamentares exigem a retirada de enxertos de tendões do próprio joelho, sendo cirurgias de maior complexidade. Existem também cirurgias de realinhamento ósseo para corrigir pernas tortas, que podem restaurar o alinhamento do joelho, e até cirurgias para desgaste acentuado, onde o joelho é substituído por uma prótese articular. Portanto, o tratamento dependerá do quadro clínico”, completa Erick.
O médico observa que muitas pessoas frequentam academias e realizam exercícios de forma padronizada, como se todos fossem iguais. Todos fazem os mesmos exercícios nas mesmas máquinas e da mesma maneira. Essa abordagem pode ser adaptada para pacientes que já passaram por cirurgia. Nesses casos, o médico, junto a um educador físico, deve programar o tipo ideal de exercício.
“O médico, em colaboração com o educador físico, irá definir o tipo de exercício ideal para o paciente, a intensidade da força a ser aplicada e a seleção dos equipamentos. É fundamental que o paciente permaneça ativo, pois a inatividade ou o sedentarismo após um procedimento aumentam a carga sobre a articulação, podendo causar o retorno do problema ou uma recuperação incompleta”, observa o ortopedista.
Alerta
O médico ainda alerta: “Em geral, os problemas de desgaste articular estão mais relacionados ao envelhecimento. As lesões traumáticas, por sua vez, são mais comuns em pacientes jovens que praticam esporte. Entretanto, patologias inflamatórias como tendinites, bursites, artrites e sinovites podem acometer pessoas de qualquer idade. Por isso, é importante que, ao primeiro sinal de dor no joelho, inchaço persistente ou falta de melhora, procure-se um médico para um diagnóstico precoce”.
Cuidados
Para manter o bem-estar em dia, Erick reforça que alguns cuidados são importantes. Segundo ele, costuma-se negligenciar a hidratação, e é comum ver muitas pessoas, especialmente idosos, bebendo pouca água. “É importante lembrar que 60% do nosso corpo é composto por água. A cartilagem e o menisco, toda sua estrutura articular também é muito rica em água. É importante manter a hidratação ao longo do dia e controlar o peso, pois o excesso de peso agrava a pressão sobre os joelhos”.
“Além disso, o controle de doenças crônicas como obesidade e diabetes é fundamental, já que estas liberam fatores inflamatórios na corrente sanguínea que pioram a inflamação nas articulações. Outro ponto importante é praticar reforço muscular de forma moderada e contínua, para oferecer estrutura adequada que sustente o peso junto com o joelho. Além disso, ao menor sinal de problema, não negligencie: procure atendimento médico para obter diagnóstico precoce e iniciar o tratamento o quanto antes”, acrescenta Nunes.
Melhoria de saúde
Quem precisou passar por adaptações após uma cirurgia no joelho foi o aposentado Ricardo Melo, de 71 anos. Ele conta que o procedimento mudou sua rotina e devolveu sua disposição para atividades físicas. "Eu descobri porque eu sempre gostei de jogar um futebolzinho. Com 71 anos ainda tô na ativa. Só que eu sentia uma fisgada no joelho. Aí procurei um médico", diz Ricardo. O tratamento inicial não resolveu completamente o problema. Em uma nova partida, a dor se intensificou. "Senti mesmo, era muito. Aí ele falou: 'Vamos operar'. E eu operei, faz mais de 12 anos", relata.
Segundo o aposentado, o médico havia informado que a recuperação seria rápida. Ele seguiu todas as recomendações médicas e fez fisioterapia por um ano, mesmo reconhecendo a dificuldade da recuperação em sua idade. "Depois da operação, com uma semana você já pode dirigir. Você já vai sair daqui andando. Não vai ficar usando muleta. Então você vai já andando, e em uma semana já dirigindo", frisa Ricardo.
O problema identificado foi uma lesão no menisco. Ricardo lembra que sentia dor e travamento no joelho, especialmente depois de ficar muito tempo sentado. "Às vezes não podia andar, andava e doía. A perna prendia, o joelho prendia, doía. Aí eu pensava que fosse porque ficava muito tempo sentado. Mas era um problema no menisco. Minha qualidade de vida melhorou muito depois da cirurgia. Hoje em dia eu já jogo futebol, não sinto nada. Faço minhas caminhadas, corro 5 km, gosto de fazer rapel, que força muito o joelho”, conta.
O aposentado também participa de um campeonato anual organizado pelo médico responsável pela sua cirurgia, o ortopedista Erick Nunes. "Eu jogo o campeonato do joelho operado todo ano no campeonato deles. Ali você vê integração, amizade", diz. Ele ressalta ainda a importância da atividade física contínua: "Faço também academia. Não adianta você fazer a cirurgia e ficar parado", completa.
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