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Dia Mundial do Doador de Sangue reforça a importância do gesto

Pouco mais de 2% da população paraense é doadora de sangue. Manutenção do estoque precisa ser contínua

João Thiago Dias / O Liberal
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O Pará, com pouco mais de oito milhões de habitantes, possui cerca de 183 mil doadores de sangue, o que corresponde a 2,2% da população. A informação foi divulgada pela Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) diante da campanha Junho Vermelho, que incentiva as doações. O auge é no Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado nesta segunda (14).

Em 2020, em todas as unidades de coleta no Pará, mais de 103 mil voluntários compareceram com o intuito de doar, conforme informou o Hemopa. Desses, 85.964 bolsas de sangue foram coletadas, efetivamente. Em 2021, de janeiro a maio, a Hemorrede registrou o comparecimento de 43.558, em que 36.636 doadores estavam aptos e puderam contribuir com o estoque. Apenas em Belém, o Hemopa tem média diária de 160 coletas.

Momentos de entrega e gratidão no Hemopa de Belém:



Um dos voluntários é o técnico de segurança do trabalho Alan Costa (39), de Belém, doador de sangue e de plaquetas há cerca de vinte anos. Ele consegue mobilizar pelo menos cem torcedores do Corinthians para a doação de sangue três vezes por ano, por meio da campanha "Sangue Corinthiano".

"Campanha que nasceu com a turma de São Paulo, em 2008, e já chegou a cem cidades. Trouxe a ideia para Belém/Ananindeua em 2010, com dez pessoas, mas já atingimos o máximo de 178 voluntários. Costumamos ir ao Hemopa em março, agosto e dezembro, mas tentamos dar apoio dependendo da necessidade do hemocentro. Estou tentando ampliar a mobilização para Castanhal e Abaetetuba".

image Alan Costa é doador de sangue e de plaquetas há 20 anos (Ivan Duarte / O Liberal)

Alan diz que se voluntariar para esta ação é um ato de humanidade. "Ajudar o próximo, seja um conhecido ou quem nunca vamos conhecer, que podem estar em hospitais precisando de tratamento, cirurgia. É um bem inexplicável. Os torcedores do nosso time se solidarizam nessa ação de humanidade".

O amor em ajudar o próximo surgiu contextualizado aos trabalhos voluntários nos quais participou desde jovem. "Quando tinha uns 19 anos, decidi ir ao Hemopa e me tornei doador. Quase todo mundo lá já me conhece, acabei fazendo muitos amigos ao longo desses anos".

Pacientes agradecidos

Entre a entrega e o recebimento do sangue, muitas histórias de gratidão. A administradora Fernanda Rodrigues (37), paciente do Hemopa, depende de transfusão por conta da anemia falciforme, causada por uma alteração na estrutura da molécula de hemoglobina. Por isso, a deficiência compromete o transporte de oxigênio, provocando graves prejuízos a diferentes tecidos e órgãos.

image Fernanda Rodrigues depende de transfusão por conta da anemia falciforme (Ivan Duarte / O Liberal)

Apesar do tratamento com medicações, o sangue é insubstituível, conforme ela destacou. "Descobri a anemia com três anos de idade e, desde então, faço tratamento no Hemopa. Na infância, as transfusões eram mais frequentes, de três em três meses. Hoje, posso dizer que consegui chegar a uma qualidade de vida muito boa graças às transfusões".

Ela diz que receber a doação representa esperança para dias saudáveis. "Passo um ano ou um ano e meio sem precisar do tratamento e consigo trabalhar e criar minha filha, que não tem anemia. Consigo levar uma vida quase igual a de uma pessoa sem anemia. Tem remédio, mas a doação do sangue é essencial para a gente".

Daniel Cavalcante (26), conhecido como DJ Jacarezinho Batidão, também tem anemia falciforme e precisa de transfusão de dois em dois meses aproximadamente. Ele mora em Tomé-Açu, no nordeste paraense, e agradece imensamente aos voluntários que ajudam a salvar vidas.

"Sem a transfusão, que faço desde recém-nascido, fico com a imunidade baixa e passo mal com fraqueza. Quando preciso ir ao Hemopa em Belém, acordo de madrugada para sair cedo na condução do Tratamento Fora de Domicílio. Cinco horas de viagem, mas já aconteceu de eu ter que ficar lá esperando até ter bolsa de sangue", relatou.

Há cerca de dois anos, quando passou mal e teve que ser conduzido em um avião para Belém, ele foi salvo por um voluntário do Corpo de Bombeiros. Lembrança que ele guarda com enorme agradecimento no coração. "Queria muito poder conhecer quem foi esse voluntário. Fico até emocionado quando lembro".

Ações do Hemopa

A Fundação Hemopa realiza uma variada programação alusiva ao Junho Vermelho para destacar a necessidade de manter o estoque de sangue regular. Na segunda (14), estará preparada para receber os voluntários nas unidades de Belém (sede e unidades de coleta do Pátio Belém e Castanheira). Nos Hemocentros Regionais de Castanhal, Marabá e Santarém, além dos Hemonúcleos em Altamira, Tucuruí, Abaetetuba, Redenção e Capanema.

A gerente de Captação de Doadores, Juciara Farias, destacou que a manutenção do estoque precisa ser permanente, por isso há várias parcerias e estratégias, como acionamento de doador por telefone e caravanas solidárias, em que uma equipe vai buscar grupos a partir de 15 doadores nos bairros da cidade. Pode agendar ligando para 0800-2808118. Também há unidade móvel para doação. "Nesta segunda, das 10h às 17h, teremos uma unidade móvel no estacionamento do Shopping Metrópole, em Ananindeua", destacou Juciara.

Critérios para doação de sangue

Ter entre 16 e 69 anos (menores de idade devem estar acompanhados do responsável legal)
Pesar mais de 50 kg
Estar em boas condições de saúde.
Documento de identificação oficial, original e com foto (RG, CNH, passaporte ou carteira de trabalho)
Quem teve covid-19, precisa esperar 30 dias após a recuperação. Quem teve contato com pessoas que tiveram a doença deve esperar 14 dias após o último contato
Para quem recebeu a vacina Coronavac, são 48 horas de inaptidão para doação, após cada dose
Para quem tomou a vacina da AstraZeneca ou da Pfizer, são sete dias após cada dose. Se o candidato à doação de sangue não souber qual imunização fez, só poderá voltar a doar após sete dias

Atendimento ao doador em Belém

Hemocentro Belém
Travessa Padre Eutíquio, 2109. Bairro Batista Campos
De segunda a sexta, 7h30 às 18h. Aos sábados, 7h30 às 17h
Contato: (91) 3110-6500

Shopping Pátio Belém
Padre Eutíquio  
De segunda a sexta, 9h às 16h

Posto de atendimento Shopping Castanheira
Rodovia BR 316, Km 1 - acesso do Pórtico Metrópole
De segunda a sexta, 7h30 às 18h. Sábados, 7h30 às 17h
Contato: (91) 8183-9977

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