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Amazônia em voz alta: UFPA articula ciência e povos para preparar a COP 30 em Belém

Evento integra o movimento “Ciência e Vozes da Amazônia” e prepara lideranças e pesquisadores para ampliar a participação da região na COP30

Laura Serejo*
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Lideranças, cientistas e comunidades tradicionais em Belém estão reunidas, desde terça-feira (2), em Belém, para discutir o papel da região na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro na capital paraense. O encontro intitulado “As Contribuições da Amazônia para a COP 30” é promovido pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e segue até esta quinta-feira (4).

A programação faz parte do movimento “Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30”, lançado pela UFPA em fevereiro para fortalecer o protagonismo de povos amazônicos, pesquisadores e instituições da região nas negociações climáticas globais.

Pavilhão de Ciência será novidade 

A diretora-executiva da COP 30, Ana Toni, afirmou que a realização da cúpula do clima em Belém deve marcar uma virada no formato tradicional das negociações. “Durante muito tempo, o debate climático foi de cima para baixo. Em Belém, o movimento é de baixo para cima. É a ciência dialogando com a sociedade”, disse.

Ana Toni anunciou a criação de um pavilhão de ciência na COP 30, algo inédito no evento, para dar visibilidade à produção científica brasileira e amazônica. “Além dele, teremos o Pavilhão Brasil. Estamos nos organizando como um grande mutirão. Cada um tem um papel no combate à crise climática”, afirmou a diretora.

Amazônia no centro do debate climático

Durante a abertura do evento, o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, destacou que a conferência só faz sentido se partir da escuta de quem vive na Amazônia. “Quando criamos o grupo Ciência e Vozes da Amazônia, foi porque precisávamos partir de algum lugar. E o nosso lugar é a Amazônia”, afirmou.

Ele defendeu que o movimento avance para outras regiões, como o Cerrado e o Pantanal, mostrando uma articulação nacional para enfrentar as mudanças climáticas. “Muita gente diz que ainda não estamos na COP, mas nós já estamos. E Belém já mostrou que é capaz de sediar grandes encontros, como o Fórum Social Mundial em 2009”, lembrou.

Ciência amazônica em destaque

Para a pesquisadora Edna Castro, presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) e integrante do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UFPA), é fundamental que o conhecimento gerado na região oriente as decisões globais. “A ciência tem contribuição decisiva para entender esse processo. A COP 30 é parte de algo maior: um compromisso duradouro com a pauta ambiental”, destacou.

Ela lembrou que pesquisadores amazônicos participam de redes nacionais e internacionais dedicadas à emergência climática, reforçando o papel estratégico da região.

Cerrado também busca protagonismo

A reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Angelita Pereira Lima, defendeu que o Cerrado também entre na pauta central da COP 30. “Se estamos discutindo mudanças climáticas, o Cerrado não pode ficar de fora. É um bioma essencial para as grandes bacias hidrográficas, inclusive a Amazônica”, ressaltou.

Segundo ela, o Instituto Nacional do Cerrado, que está sendo articulado pela UFG, deve fortalecer a defesa da região no debate climático global.

Belém se prepara para receber o mundo

Representando a Prefeitura de Belém, o secretário executivo da COP 30, André Godinho, pediu apoio e engajamento de toda a sociedade. “Belém está pronta para mostrar ao mundo o calor humano, a hospitalidade e a riqueza cultural da Amazônia”, disse.

O encontro segue no Instituto de Ciências Jurídicas (ICJ) da UFPA, em Belém. A programação completa pode ser conferida em amazonianacop.ufpa.br.

*Laura Serejo (estagiária de jornalismo, sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do núcleo de Atualidades) 

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