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Escritor indígena paraense Daniel Munduruku disputa uma vaga na ABL e o prêmio Jabuti

O Liberal
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Um escritor indígena brasileiro, nascido no Pará, que atualmente reside fora, mas não abre mão de retratar seu Estado e a Amazônia em suas obras. Daniel Munduruku, além de escritor, é professor e encerra 2021 com motivos para comemorar. Ainda neste mês de novembro, ele concorre a uma cadeira dos imortais na Academia Brasileira de Letras e também está entre os finalistas em três categorias no Prêmio Jabuti.

Daniel diz que se sente um privilegiado narrador de histórias vividas por povos originários do Brasil, em especial, dos indígenas da Amazônia. Ele vive um momento de expectativa e de boas notícias. No último dia 9, foi divulgada a primeira lista dos finalistas do Prêmio Jabuti, um dos mais importantes da literatura no país. Daniel aparece em três categorias com as obras "Crônicas indígenas para rir e refletir na escola", na categoria juvenil; "Redondeza”, na categoria infantil, e “A origem dos Filhos do Estrondo do trovão: uma história do povo Tariana”, também na categoria infantil.

O escritor e professor paraense Daniel Munduruku já ganhou duas vezes o prêmio Jabuti, mas estar mais uma vez disputando uma vaga é sempre uma felicidade a mais para o indígena, já que ele tem orgulho de colocar o Pará e a Amazônia em centro do debate e reconhecimento.

image (Divulgação)

“Sempre que recebo esse tipo de notícia fico emocionado. É um reconhecimento estar na final, pois para eu chegar nessa etapa já passou pelo crivo de várias pessoas e demonstra que houve algum tipo de impacto neles. Seja pela beleza estética ou pela beleza literária”, pontua o escritor.

Este ano o autor foi inscrito no prêmio pelas próprias editoras de suas obras. O livro "Redondeza" é uma obra infantil que mostra a vida na aldeia. “Se trata de uma obra muito bonita e muito bem ilustrada, ela traz uma leitura de vida da aldeia de acordo com que é possível o público infantil entender. Essa obra realmente merece estar entre as finalistas do prêmio", disse o escritor.

Projeção nacional

No livro “A origem dos Filhos do Estrondo do Trovão: uma história do povo Tariana”, o escritor conta uma história tradicional de um povo do Amazonas e que faz uma releitura e que permite recriar uma visão de como esse povo olha para sua origem e procura se compreender no mundo atual.

Já o livro “Crônicas indígenas para rir e refletir na escola” é uma obra que pretende questionar o leitor e fazê-lo refletir e rir das próprias ignorâncias. “Nesse livro faço umas perguntas diretas para o leitor para que ele se sinta provocado a rir do próprio desconhecimento com relação aos povos originários da Amazônia”, destaca o escritor.

E para completar essa fase de conquistas, Daniel Munduruku concorre ainda neste mês de novembro a uma cadeira da Academia Brasileira de Letras. Ele explicou que, atualmente, existem cinco cadeiras abertas e aguarda o dia da eleição.

“Sou um paraense e muito me orgulho de trazer em minhas obras o meu estado, o meu coração, a minha alma. Paraense eu sou e é no meu estado que nasce a minha inspiração. É um orgulho muito grande poder representar o meu estado e minha região em prêmios de grande importância para a literatura assim como em outros espaços”, destaca o indígena.

Sobre o escritor

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Daniel Munduruku é um escritor e professor paraense, pertencente ao povo indígena Munduruku. Autor de 54 livros publicados por diversas editoras no Brasil e no exterior, a maioria classificados como literatura infanto-juvenil e paradidáticos. É graduado em Filosofia, História e Psicologia. Tem mestrado e doutorado em Educação pela USP - Universidade de São Paulo e pós-doutorado em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar.

Já recebeu vários prêmios nacionais e internacionais por sua obra literária: Prêmio Jabuti CBL - Câmara Brasileira Do Livro, Prêmio da Academia Brasileira de Letras - ABL, Prêmio Érico Vanucci Mendes - CNPq, Prêmio Madanjeet Singh para a Promoção da Tolerância e da Não Violência - UNESCO, Prêmio da Fundação Bunge pelo conjunto de sua obra e atuação cultural, em 2018, entre outros. Muitos de seus livros receberam selo Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLI.

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