Gastronomia e conservação ambiental como você nunca viu

Guiada por Thiago Castanho, a Chef carioca mostra, em série no Youtube, produtos e hábitos de comunidades paraenses com um toque de conservação ambiental

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Os sabores, as tradições culinárias e a importância da conservação das florestas da Amazônia. Esses são os assuntos da segunda temporada do Receitas da Floresta, série documental em cinco episódios que será exibida a partir de setembro no canal da Vale no Youtube. Com apresentação da chef carioca Kátia Barbosa em um encontro gastronômico, a produção é também um registro das comunidades e dos hábitos de uma das regiões de maior tradição culinária do nosso país. E que fala, ainda, da importância da floresta em pé para geração de renda das comunidades e como a Vale vem apoiando esses projetos.

A jornada começa no mercado do Ver-O-Peso, em Belém. Esse lugar para onde convergem todas as tradições do estado do Pará. É lá que Kátia Barbosa encontra o chef paraense Thiago Castanho, o seu anfitrião neste primeiro episódio e uma espécie de coapresentador da série. Através do recurso de videochamada, Thiago interage com Kátia ao longo dos quatro episódios seguintes, dando dicas e trocando experiências. A vivência de um autêntico chef paraense que apresenta a quem vem de fora os segredos e os sabores da região amazônica.

E aí faz todo o sentido que este seja o ponto inicial da série. Afinal, ir ao Ver-O-Peso é sempre uma experiência enriquecedora. Tanto para os paraenses, quanto para quem vai pela primeira vez neste que é considerado um dos maiores mercados a céu aberto do mundo. Junto com Kátia e Thiago, o espectador vai conhecer tudo o que o ponto turístico tem a oferecer. Em especial, o jambu. A erva que é um dos símbolos da culinária paraense.

image Kátia Barbosa usou diferentes ingredientes da floresta: na Área de Proteção Ambiental Igarapé Gelado, em Parauapebas, a escolha foi o açaí (Miguel Santos)

Sim, porque a cada episódio um novo ingrediente que vem da floresta é apresentado ao espectador. Em Belém é o jambu. Na Área de Proteção Ambiental Igarapé Gelado, em Parauapebas (sudeste do Pará), o açaí e o cupuaçu. Na Floresta Nacional de Carajás, área protegida pela Vale, a castanha-do-pará. E na comunidade de Sumaúma, interior do Maranhão, o mesocarpo do babaçu. Realizado em estilo documental, a série mostra a viagem de Kátia Barbosa por esses lugares, conhecendo e interagindo com as comunidades locais e aprendendo com elas as aplicações culinárias dos ingredientes que elas cultivam. Sempre mostrando, junto com os personagens, uma receita completa ao final de cada episódio.

Para a chef Kátia Barbosa, a experiência foi enriquecedora em todos os sentidos. Tanto pelo lado humano, pela oportunidade de contato com comunidades que tem na floresta o seu meio de vida, quanto por conhecer a diversidade da culinária brasileira de perto, muitas vezes, com abordagens que ficam restritas a sua região de origem.

“O sonho de todo bom cozinheiro é entender e conhecer os ingredientes que usa. Nesse sentido, essa foi uma das melhores experiências da minha vida.  O açaí, por exemplo. Aqui no Rio o consumo é um tanto equivocado. Por isso, eu não conseguia entender. Não fazia sentido pra mim. Mas lá, na APA do Gelado, foi uma aula, uma porrada, um soco no estômago, a compreensão de uma cultura. Foi isso que senti e aprendi com mulheres aparentemente tão simples, mas que carregam uma sabedoria ancestral imensa, uma força absurda. E além disso tudo, a compreensão da necessidade de conservar essa cultura alimentar, essa tradição. E, principalmente, conservar a floresta”, afirma ela.

“Pra gente, a questão humana é tão importante para a série quanto o aspecto gastronômico”, explica Vlad Cunha, roteirista e diretor de Receitas da Floresta. “A Kátia tem um interesse genuíno nas pessoas, na história de vida delas e em como isso se reflete nas suas tradições culinárias. Como elas comem, o tipo de prato que fazem, o ingrediente que usam. Nesse sentido, a região amazônica foi uma ótima escolha para essa segunda temporada. Porque é uma região muito diversa. E a Kátia, nessa interação muito verdadeira dela com as pessoas, foi o veículo perfeito para que a gente conseguisse mostrar tudo isso da melhor maneira possível”.

Conservar a floresta - Além da gastronomia, a conservação da floresta é outro tema abordado na série. À exceção do primeiro episódio, gravado no mercado do Ver-O-Peso, todos os outros episódios acontecem em áreas onde a Vale mantém projetos de reflorestamento, conservação florestal e desenvolvimento sustentável. No terceiro episódio, a anfitriã de Kátia Barbosa é a engenheira florestal Suelen Cruz em um percurso na área de reflorestamento com castanheira nos arredores do Complexo Minerador S11D (Serra Sul). Ali, antes era uma área de pasto e, hoje, é uma floresta, com árvores frutíferas, plantas e animais das mais variadas espécies.

Para Suelen, “participar da série foi uma experiência ímpar, emocionante”. Segundo ela, mostrar processos de reflorestamento com a castanheira do Pará é fundamental para criar no espectador uma consciência ambiental, mostrando que a conservação da floresta não beneficia apenas a região na qual ela se localiza, mas o planeta como um todo.

É no episódio com Suelen Cruz, que Kátia Barbosa protagoniza um dos momentos mais emocionantes da série, ao ver uma muda de castanheira recém-plantada e uma castanheira centenária conservada na Floresta  Nacional de Carajás. “A Kátia se emocionou daquela maneira pois viu quanto de tempo e trabalho são necessários para obter a castanha de uma árvore. A mesma castanha que ela usa nas receitas maravilhosas que faz. É essa a dimensão do trabalho necessário para uma castanheira chegar no estágio clímax e contribuir tanto com a natureza. A emoção da Kátia, deixou clara a sensibilidade que ela tem com a natureza e humildade para entender a importância do homem na conservação ou destruição dessa espécie”, diz a engenheira.

“Desde que entrei na floresta pela primeira vez, me surpreendi com os sons, os cheiros. Porque são vários cheiros”, conta Kátia Barbosa, “E depois percebi as cores, os tons, a luz. Percebi que o tempo que a natureza leva pra se recompor é muito mais lento que o tempo que levam pra destruir. Além da energia que aquele lugar proporciona, foi isso que me deixou chocada”.

Kátia termina falando da conexão que fez entre a experiência na floresta e uma lição que aprendeu na infância: “Vou aqui lembrar de uma frase da minha mãe, que ela aprendeu com a minha avó: ‘cuidem, para não chorar quando não houver mais’. Tentem, antes de conhecer o mundo, ir à Amazônia. Para entender de onde viemos e a importância da natureza viva”.

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