Biodiversidade protegida: território paraense possui 92 Unidades de Conservação

Espaços preservam as fontes de água, as florestas, os animais e as populações que moram ou usam seus recursos

Ana Paula Gama
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A Floresta Amazônica tem uma infinidade de espécies animais e vegetais, o que faz com que ela seja conhecida como a região com mais biodiversidade do mundo. Entre toda essa variedade natural encontrada na Amazônia estão as Unidades de Conservação (UC), que são espaços territoriais e seus recursos ambientais.

De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (IDEFLOR-Bio), essas UC têm o objetivo de conservar e estabelecer limites territoriais, por isso, são divididas como Proteção Integral e Uso Sustentável, onde são aplicadas garantias adequadas de proteção.

Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o estado do Pará possui 92 Unidades de Conservação, que somam 423 mil km² (municipais, estaduais e federais), ou seja, 34% do território paraense. Desse total, 85 unidades podem ser visitadas pelo público de forma gratuita e algumas precisam de autorização para visitação.

O Imazon revela que essas autorizações para visitação são emitidas pelos seguintes órgãos: Secretarias Municipais de Meio Ambiente, IDEFLOR-Bio ou Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Para a pesquisadora do Imazon, Jakeline Ramos Pereira, é importante preservar essas unidades, já que são um patrimônio público, criadas para proteger a biodiversidade, as fontes de água, as florestas, os animais e as populações que moram ou usam seus recursos.

“Elas são importantes instrumentos para conter o avanço do desmatamento, incêndios, degradação da floresta e dos recursos hídricos, entre outras atividades criminosas. Por isso, são essenciais para o controle das mudanças climáticas a nível mundial, já que fornecem serviços e recursos às pessoas, como água, ar puro, pescados, produtos madeireiros e não madeireiros, entre outros”, explica a pesquisadora.

Além disso, as UC servem de moradia para os povos e comunidades tradicionais e a maioria são abertas para visitação pública para a prática de atividades esportivas, turísticas e contemplação da natureza.

A gestão de 27 Unidades de Conservação do Pará é realizada pelo IDEFLOR-Bio. Desse total, 11 são de Proteção Integral e possuem mais de cinco milhões de hectares. Já 16 unidades são de Uso Sustentável, totalizando mais de 15 milhões de hectares. Essas UC representam 16,86% do território do Pará.

De acordo com Jakeline Ramos, a maior área territorial de Unidades de Conservação está localizada no oeste paraense. Lá, as UC, em conjunto com as terras indígenas e territórios quilombolas, somam 22,3 milhões de hectares de áreas legalmente protegidas. Trata-se do maior bloco de florestas tropicais legalmente protegidas do planeta, cuja extensão equivale ao território do estado do Paraná.

“Em conjunto com as áreas protegidas dos estados do Amapá e Amazonas, também formam o maior corredor de biodiversidade do mundo. Além disso, essas áreas estão inseridas no Centro de Endemismo Guiana, região que apresenta aproximadamente 40% de sua fauna e flora endêmicas (que só existem nesse local)”, acrescenta a pesquisadora.

Plano de manejo

A pesquisadora ressalta que toda Unidade de Conservação deve ter um plano de manejo para orientar suas atividades de implementação. Esse plano é um instrumento de gestão, previsto no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), que norteia todas as atividades que ocorrerão no período de cinco anos.

“Os planos de manejo definem os objetivos, missão e visão, além de apresentarem o diagnóstico atual do território e preverem o planejamento no determinado período”, complementa.

Conheça algumas Unidades de Conservação do Pará:

- Museu Parque Seringal:

Localizado na travessa We Trinta e Seis, no bairro do Coqueiro, em Ananindeua, o Seringal possui 12 mil metros quadrados. O Parque é uma Unidade de Conservação aberta ao público e foi inaugurado em 2012. De acordo com o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) do Ministério da Cultura, o local é o primeiro museu de Ananindeua e também faz parte do Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) do Ministério do Meio Ambiente.

O seringal possui trilhas, anfiteatro, academia de ginástica ao ar livre, lanchonete e playground. Outra atração do Parque é a casa do seringueiro, um museu que retrata a vida dos senhores da borracha e dos seringueiros, além dos instrumentos e técnicas usadas por eles para realizar a extração do látex e criar a borracha.

image Trilhas e playground são algumas opções no Seringal (Divulgação)

- Parque Estadual Serra dos Martírios/Andorinhas:

É uma Unidade de Conservação da Natureza de Proteção Integral, que está localizada na cidade de São Geraldo do Araguaia, sudeste do Pará. Essa Unidade visa preservar os ecossistemas conciliando a total proteção dos recursos naturais e das paisagens.

Nesse Parque Estadual é possível fazer trilhas e passeios fluviais pelo rio Araguaia. O local também possui 28 cachoeiras, mais de 500 espécies herbáceas e arbustivas, mais de 150 espécies arbóreas, 80 espécies de orquídeas, 38 espécies medicinais e aproximadamente 532 espécies de aves, mamíferos, répteis, anfíbios e peixes.

- Parque Estadual Monte Alegre:

Situado no oeste do Pará, o Parque Estadual de Monte Alegre (PEMA) tem 5.800 hectares e possui um complexo de serras, cavernas, sítios arqueológicos e espécies ameaçadas de extinção. Este ano, o PEMA foi escolhido como um dos 25 patrimônios mundiais a serem apoiados pelo 2022 World Monuments Watch, do Fundo Mundial de Monumentos (WMF), que escolhe os espaços com valor patrimonial extraordinário e que enfrentam desafios urgentes.

Entre as atrações do Parque estão a Gruta da Capela, Gruta do Labirinto, Gruta da Pedra Pintada e Serra da Lua. Todos esses espaços são abertos para visitação e garantem a vivência de experiências inesquecíveis.

image Parque Estadual de Monte Alegre (PEMA) tem 5.800 hectares com diversidade de serras, cavernas e sítios arqueológicos (Divulgação)

- Reserva Biológica do Tapirapé:

Criada em 1989, a Reserva Biológica do Tapirapé possui uma área de 103.000 hectares e fica na cidade de Marabá, sudeste do Pará. A Reserva tem como principal característica o bioma da floresta úmida amazônica. Além disso, abriga espécies ameaçadas de extinção, como a jaguatirica e a onça pintada.

O espaço é destinado exclusivamente para a realização de atividades de pesquisa e educação, que precisam de autorização prévia do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

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