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Sudam faz balanço anual e anuncia início do Plano Novo Marajó em 2026

Sudam apresentou avanços de 2025 e detalhou plano integrado para o Marajó, com início das ações previsto para janeiro de 2026, envolvendo fruticultura, pesca e cadeia do leite

Fabyo Cruz
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A Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) apresentou, na manhã desta terça-feira (16/12), o balanço das ações realizadas em 2025 e as projeções para 2026, durante coletiva com a imprensa na sede do órgão, no bairro do Marco, em Belém. O encontro reuniu a direção da autarquia e destacou a retomada do papel da Sudam como órgão de planejamento estratégico para o desenvolvimento da Amazônia Legal, com foco nos territórios mais empobrecidos.

Segundo o superintendente da Sudam, Paulo Rocha, o ano de 2025 foi marcado por um processo de reorganização institucional e de construção de uma nova concepção de desenvolvimento regional. “Chegamos aqui em um órgão esvaziado e desorganizado, que é fundamental para a estratégia de desenvolvimento da Amazônia. Nosso esforço foi reorganizar e planejar esse desenvolvimento a partir das áreas mais empobrecidas”, afirmou. Para ele, a contradição entre a riqueza ambiental da região e os baixos indicadores sociais exige uma atuação integrada do poder público.

Um dos principais destaques do balanço foi a elaboração do Plano Novo Marajó, construído de forma articulada entre governo federal, governo do estado, prefeituras, universidades, pesquisadores, empresários e trabalhadores. O plano envolve os 17 municípios do arquipélago do Marajó e inclui também o distrito do Bailique, no Amapá, por apresentar indicadores sociais semelhantes. A execução das primeiras ações está prevista para começar já em janeiro de 2026.

De acordo com Paulo Rocha, o plano está estruturado em três eixos centrais: ampliação da produção de pescado, fortalecimento da fruticultura e expansão da bacia leiteira. No caso da pesca, a proposta é implantar laboratórios de alevinos e atrair fábricas de ração para estimular a cadeia produtiva local. Na fruticultura, o foco será o aumento do cultivo de açaí, cacau e castanha, com incentivo à produção de mudas e à recuperação de áreas degradadas por meio do conceito de “floresta produtiva”. Já na pecuária, a meta é valorizar a cadeia do leite de búfala e transformar o queijo do Marajó em um produto com potencial de mercado nacional e internacional.

O superintendente destacou ainda que a estratégia defendida pela Sudam passa pela verticalização da produção na própria Amazônia, agregando valor às matérias-primas locais. “Nossa proposta é romper com a lógica histórica de exportar produtos in natura. A ideia é produzir, industrializar e integrar o grande, o médio e o pequeno produtor no mesmo processo de desenvolvimento”, disse. Segundo ele, experiências com o aproveitamento integral do açaí — da polpa ao caroço — já demonstram o potencial de geração de renda e inovação na região.

Na avaliação da diretora de Planejamento e Articulação de Políticas da Sudam, Jorgiene Oliveira, um dos maiores avanços de 2025 foi a consolidação dos planos integrados territoriais. Ela ressaltou que, além do Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA), que reúne uma carteira de cerca de R$ 8 bilhões em projetos dos estados da Amazônia Legal, a Sudam passou a atuar diretamente em territórios historicamente vulneráveis. “Estamos exercendo, pela primeira vez de forma plena, o papel da Sudam como planejadora do desenvolvimento regional, indo aos territórios mais empobrecidos, ouvindo demandas e articulando políticas públicas”, afirmou.

Jorgiene apontou que o principal desafio do ano foi reafirmar institucionalmente esse papel estratégico da Sudam, tradicionalmente associada apenas ao fomento financeiro. “Planejar, articular e integrar políticas públicas em um território complexo como a Amazônia é um grande desafio, mas essencial para que os recursos cheguem a quem mais precisa”, destacou. Para 2026, a expectativa é avançar da fase de escuta para a implementação efetiva dos planos territoriais, com entregas concretas nos territórios atendidos.

Já o coordenador-geral da Gestão de Fundos, de Incentivos e de Atração de Investimentos, Wilson Ferreira, destacou como principal avanço de sua área em 2025 o lançamento do Portal de Investimentos da Sudam. A ferramenta, segundo ele, tem o objetivo de reduzir a assimetria de informações e facilitar a tomada de decisão por parte de empresários e investidores interessados nos instrumentos administrados pela autarquia. “O portal reduz a burocracia e dá mais transparência e efetividade ao processo de decisão”, explicou. O endereço eletrônico é investimentos.sudam.gov.br.

Além dos entrevistados, também participaram da mesa com a imprensa os diretores Aline Rossy, de Administração, e Aharon Alcolumbre, de Promoção do Desenvolvimento Sustentável, reforçando o caráter integrado das ações apresentadas no balanço e nas projeções da Sudam para o próximo ano.

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