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Estudante africana que mora em Belém sofre racismo praticado pela PF em São Paulo

Segundo a Coordenadoria Antirracista de Belém (COANT), Geraldine Fadairo foi humilhada durante fiscalização no Aeroporto Internacional de Guarulhos

Redação Integrada

A Coordenadoria Antirracista de Belém (COANT), ligada à prefeitura municipal, divulgou uma nota de repúdio contra um caso de racismo sofrido pela estudante Geraldine Fadairo no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A vítima mora em Belém, onde cursa o mestrado do Museu Emílio Goeldi e é proprietária da loja África Veste, mas é natural do Benin, país da África Ocidental. Segundo o comunicado, divulgado no domingo (6), Geraldine viajava para a terra natal com a filha de dois anos de idade e enfrentou situações humilhantes praticadas por policiais federais da fiscalização.

"No aeroporto, ela passou por todos os constrangimentos possíveis, humilhações, que inclusive impediram que ela pudesse acalmar sua filha, que chorava pela situação criada pelos servidores da Polícia Federal", diz um trecho do documento.

O órgão faz ainda questionamentos sobre a definição de estabelecimentos sobre quem será revistado nos aeroportos brasileiros e atribui ao racismo a escolha para as abordagens. "Quais critérios são estabelecidos para definir quem deve ser revistado nos aeroportos brasileiros? Por que são sempre os negros e negras? Ser desonesto ou honesto tem haver com a cor da pele? Com os traços raciais? As respostas para estas perguntas têm como base estrutural o racismo, que realimenta a percepção racista de que todo negro/a é suspeito/a, até que se prove o contrário", diz a nota. O órgão finaliza se colocando à disposição da vítima. 

Segundo Israel Hounsoun, Presidente da Associação dos Estudantes Estrangeiros, a vítima ainda está na capital paulista com a filha. "A PF não quer se responsabilizar em colocar ela em outro voo. Então estamos fazendo uma vaquinha para comprar outra passagem a ela", relatou.

A reportagem tenta contato com a Geraldine. A Polícia Federal de São Paulo e a sede em Brasília foram acionadas, mas não responderam até a publicação desta matéria.

Confira a nota na íntegra:

"A Coordenadora Antirracista de Belém (COANT) vem a público repudiar e protestar contra o racismo sofrido por Geraldine Fadairo, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

O racismo como prática cotidiana é uma realidade vivenciada por negros e negras no Brasil. O caso mais recente, que chegou até nós, foi sofrido por Geraldine Fadairo, nascida em Benin, na África. Moradora de Belém, estudante de mestrado do Museu Emílio Goeldi e proprietária da Loja África Veste, Geraldine foi vítima de racismo praticado pela Polícia Federal, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo, quando viajava para sua terra natal, com a filha de dois anos de idade. No aeroporto, ela passou por todos os constrangimentos possíveis, humilhações, que inclusive impediram que ela pudesse acalmar sua filha, que chorava pela situação criada pelos servidores da Polícia Federal.

O racismo sofrido por Garladine não é um caso isolado. Diariamente, pessoas negras são vítimas da violência policial, desemprego, feminicídio, e outras formas de racismo e ausência de politicas públicas que beneficiem esta população que vem sendo vulnerabilizada por um Estado racista que prega o genocídio do povo brasileiro, especialmente da parcela negra.

Quais critérios são estabelecidos para definir quem deve ser revistado nos aeroportos brasileiros? Por que são sempre os negros e negras? Ser desonesto ou honesto tem haver com a cor da pele? com os traços raciais? As respostas para estas perguntas têm como base estrutural o racismo, que realimenta a percepção racista de que todo negro/a é suspeito/a, até que se prove o contrário.
Chega de racismo.  Nós, povos negros e indígenas, vamos continuar exercendo nosso direito de ir e vir, lutando pela liberdade, exigindo respeito e dignidade, em qualquer lugar que estejamos. 

A Coordenadoria Antirracista  de Belém repudia o tratamento racista dado à Geraldine Fadairo no Aeroporto de Guarulhos e se coloca à disposição da mesma, para que essa ação vergonhosa seja efetivamente apurada e punidos os responsáveis, dentro dos marcos da Lei.

Não ao racismo. Não à xenofobia. Justiça para Geraldine.
Coordenadoria Antirracista de Belém"

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