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Proteção do cuxiú-cinza ganha reforço com projetos de manejo em Parauapebas

BioParque Vale Amazônia planeja reprodução sob cuidados humanos da espécie, que é encontrada na Amazônia, nos estados do Pará e Mato Grosso

Fabrício Queiroz
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A Amazônia é de grande relevância para a proteção da diversidade de primatas no mundo. Pesquisas científicas revelam que o Brasil conta com 139 espécies e subespécies, sendo que destas 109 estão na região. No entanto, a grande riqueza da fauna contrasta com o intenso processo de ameaça à sobrevivência de animais como o cuxiú-cinza (Chiropotes utahicki), que é encontrado unicamente nos estados do Pará e do Mato Grosso.

O desmatamento, as queimadas e o avanço das atividades humanas sobre a floresta são apontados como os principais fatores de risco para a conservação dos cuxiús. Também contribui para o desaparecimento da espécie a caça para consumo humano e para retirada da sua cauda. Isso porque a cauda tem um aspecto bastante peludo e, por isso, foi muito utilizada no passado para servir de espanador nas residências.

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Na Amazônia, há cinco espécies de cuxiús, que também são conhecidos como “macacos do Novo Mundo” por serem encontrados somente no continente americano. Entre elas, as principais diferenças estão na coloração e na distribuição geográfica. Os cuxiús não se sobrepõem na distribuição, pois ficam separados pelos grandes rios amazônicos que servem como barreiras geográficas naturais entre eles há milhares de anos, conforme apontam estudos científicos.

Diante dos riscos crescentes envolvendo os cuxiús-cinza, as iniciativas para ampliar o conhecimento e promover a conservação sobre essa espécie ameaçada ganham cada vez mais importância. É o que ocorre no BioParque Vale Amazônia, em Parauapebas, onde um casal recém-formado de cuxiús-cinza se tornou símbolo dessa proposta.

image Casal de cuxiú-cinza se tornou símbolo da conservação da espécie no BioParque Vale Amazônia, após ser resgatado de um cativeiro ilegal (Divulgação / BioParque Vale Amazônia)

Os animais foram resgatados em operações de órgãos ambientais contra cativeiros ilegais e destinados ao espaço, que tem entre suas metas a reprodução dos cuxiús-cinza sob cuidados humanos.

Além de favorecer a sobrevivência da espécie em um recinto com árvores nativas, o BioParque realiza ações com projetos de pesquisa e manejo e de educação ambiental, visando gerar impacto positivo na formação de estudantes e da população em geral. Nesse sentido, o espaço trabalha para ser uma unidade de conservação de referência, mas também conscientizar as pessoas da importância das espécies que abriga e impedir o desmatamento na região amazônica.

Conheça mais sobre o cuxiú-cinza

image O cuxiú-cinza (Chiropotes utahicki) é uma das cinco espécies de primatas de sua família que vivem exclusivamente na Amazônia (Anderson Souza / Divulgação BioParque Vale Amazônia)

Nome científico: Chiropotes utahicki

Nomes comuns: cuxiú-cinza, cuxiú

Tamanho: São macacos de tamanho médio, tendo de 32 cm a 48 cm de corpo e de 37 cm a 46 cm de cauda. Pesam cerca de 3 kg.

Características: A coloração desses animais é marrom, porém seu dorso e membros apresentam algumas variações de cinza. Também são reconhecidos pela grande barba, os dois tufos na cabeça e a cauda peluda semelhante a um espanador. Além disso, tanto machos quanto fêmeas possuem a genitália avermelhada.

Distribuição: Sua área de ocorrência vai do estado de Mato Grosso ao Pará, na região que compreende o rio Xingu, o rio Amazonas e o rio Tocantins-Araguaia.

Comportamento: Geralmente, habitam florestas de terra firme em grupos de 8 a 24 indivíduos. Sua alimentação é baseada no consumo de frutos com sementes grandes, assim como flores e, com menos frequência, de folhas e insetos.

Fonte: Centro Nacional de Primatas - Instituto Evandro Chagas

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