Uso de Cloroquina reduz mortalidade por Covid-19 no Amazonas. A dosagem ainda é estudada
Uma pesquisa atestou que o uso de cloroquina reduziu de 18% para 13% o índice de letalidade por Covid-19 no Amazonas. Por outro lado, o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), citou o “colapso da rede de saúde estadual”. Na capital amazonense já tem frigorífico sendo usado para os corpos das vítimas.
Resultados preliminares da pesquisa desenvolvida no Amazonas sobre o uso da Cloroquina no tratamento de pacientes internados em estado grave pelo novo coronavírus (Covid-19) apontam que houve redução de 18% para 13% no índice de letalidade de pacientes. Os dados foram apresentados durante coletiva on-line que contou com a participação do governador Wilson Lima (PSC) e do médico infectologista Marcus Lacerda, da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), responsável pelo estudo pioneiro, aprovado no dia 23 de março pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.
Porém, o médico Marcus Lacerda adverte que já foi possível demonstrar que o uso da dose mais alta da Cloroquina, por um período de 10 dias, apresenta maior risco de complicações para os pacientes, podendo acarretar arritmias graves. “Então, a gente está desaconselhando que essas doses altas sejam usadas. Pela primeira vez no mundo, na verdade, alguém teve o cuidado de fazer o monitoramento cardíaco dessas pessoas e ver que a dose era mais tóxica”, afirmou o pesquisador.
De acordo com o dr. Lacerda, o protocolo de pesquisa clínica liderado pelo Amazonas já foi aplicado em 81 pacientes internados no Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Delphina Aziz e tem o objetivo de avaliar a segurança e eficácia de doses diferentes da Cloroquina, remédio utilizado no tratamento da malária há mais de 70 anos. “Nós testamos duas doses do medicamento: uma que tem sido usada pelos americanos e outros países, e uma dose que os chineses usavam, que é muito alta, mas que foi usada no início da epidemia na China. Não existia nenhum trabalho, até então, comparando as doses para ver a toxicidade dessa dose maior”, explicou Lacerda, citando outros estudos em andamento.
Colapso no Amazonas
Com 532 casos e 19 óbitos, o Amazonas já tem até contêiner frigorífico para acondicionar corpos de mortos. A Prefeitura de Manaus suspendeu passes estudantis, gratuidade de idosos nos coletivos e suspenderá alvará de empresas que descumprirem quarentena. Já o governo do Estado autorizou a prisão de quem descumprir o período de isolamento social.
A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam) confirmou a existência de um contêiner frigorífico, ao lado do necrotério do hospital público Delphina Aziz, com maior números de pessoas infectadas, para acondicionar os corpos de pacientes que não resistirem ao vírus.
Conforme nota divulgada, o governo afirmou que segue todos os padrões de segurança definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para manuseio de corpos de pessoas que faleceram por Covid-19. Parte da nota reforça: "Os corpos devem ser acondicionados em compartimento refrigerado, mas por segurança biológica e limitação de espaço, ficou definido que não ficarão no necrotério comum. Por isso, desde o início dessa semana, a secretaria providenciou, junto com o Hospital Delphina Aziz, a instalação de containers frigoríficos naquela unidade", informa a Susam.
Mesmo com a confirmação de um contêiner frigorífico para possíveis mortes pelo Covid-19, a população de bairros da zona Leste de Manaus, seguia com mesma rotina comercial e desobedecendo a quarentena até ontem (5). No entanto, nesta segunda-feira (6), os moradores foram surpreendidos nas primeiras horas desta manhã com a circulação de viaturas policiais, pelas principais ruas, avenidas e pontos comerciais do local. Ao passar pelos pedestres e motoristas, os policiais incentivavam a população a irem para suas casas, para conter o surto de coronavírus.
Durante o pronunciamento em transmissão ao vivo, o prefeito de Manaus Arthur Neto (PSDB) citou “colapso da rede de saúde estadual” e pediu ao governador do Estado, Wilson Lima (PSC), celeridade para o funcionamento de um hospital na zona centro-sul.
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